O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) em janeiro de 2024 ficou em 0.95, número 4% menor sobre igual período do ano anterior. O indicador aumentou em média 7% sobre o verificado em dezembro. Nos níveis atuais, a relação de troca dos principais produtos continua favorável.
Durante o ciclo, houve pequena queda nas médias de preços dos fertilizantes e das commodities agrícolas, ambos considerados no cálculo, e quanto menor o IPCF, melhor é a relação de troca para o agricultor rural, especialmente quando fica abaixo de 1. A diminuição nos preços das commodities, com destaque para a soja (-10%), contribuiu para essa queda.
Os últimos anúncios feitos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) trazem números promissores para a próxima safra da oleaginosa brasileira. Esse fator, aliado a um período de baixa demanda chinesa e expectativas de uma excelente safra na Argentina, tem pressionado os preços, causando essa contração.
Os preços do milho (+1%), algodão (estável) e cana-de-açúcar (-2%) tiveram variações mínimas em relação a dezembro. A safrinha ainda é uma incógnita, aguardando relatórios da Conab e do USDA neste mês.
Apesar das preocupações geopolíticas, o câmbio permaneceu estável, reagindo favoravelmente em um cenário de menor risco global. O agronegócio não foi diretamente impactado pelos conflitos entre Hamas e Israel até o momento, mas a situação é monitorada com atenção.
Os preços de fertilizantes se mantiveram estáveis, com pequenas correções para baixo em relação ao valor do potássio durante o período de baixa atividade nas compras e estoques confortáveis no país. Já os nitrogenados apresentaram elevada recuperação, devido aos preços descontados que o Brasil oferecia comparados com outras geografias mais rentáveis, alinhado a uma demanda concentrada para a safrinha em um horizonte curto de tempo, fazendo as poucas toneladas disponíveis serem valorizadas.
O foco do mercado está na colheita da soja no Brasil e no início do plantio das safrinhas de algodão e milho. Embora as produtividades iniciais no Mato Grosso sejam baixas, consultorias estão otimistas. A relação de troca do milho é favorável, incentivando os produtores a realizar negócios rapidamente, assim como foi com a soja, onde os agricultores observaram uma relação de troca com fertilizantes positiva.