Acordo UE-EUA: para agricultura europeia, a Argentina ganha

Enquanto o Brasil sofre tarifa de 50%, os europeus recebem tarifa de 15% e a Argentina de 10%

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 22/08/2025 por:

Os agricultores europeus estão furiosos agora com o acordo comercial confirmado hoje entre a União Europeia e os Estados Unidos, imposto pelo tarifaço de Donald Trump. E desta vez, uma das queixas é que a Argentina, concorrente em alguns produtos agrícolas, vai ter vantagem no mercado americano, comparado aos europeus.

A poderosa central agrícola Copa-Cogeca reclama que o acordo UE-EUA ‘’não traz nada de positivo para o setor agrícola da UE’’.

Contesta declarações públicas da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, feitas na Escócia sobre potenciais acordos tarifários “zero por zero” para determinados produtos agrícolas, notando que a declaração conjunta publicada hoje ‘’não contém qualquer alívio para nenhum produtor europeu’’.

Exemplifica que a expectativa mínima era de alívio tarifário para vinhos e bebidas destiladas — uma solução endossada por partes interessadas tanto na UE quanto nos EUA, segundo a entidade —, mas isso não se concretizou.

‘’Pelo contrário, este acordo garante melhor acesso ao mercado para produtos agroalimentares dos EUA, enquanto os produtores da UE enfrentam tarifas mais altas, que agora chegam a 15%, sobre os principais produtos de exportação’’, reclamam os produtores europeus.

O pior, para eles, é que países concorrentes, ‘’como por exemplo a Austrália e a Argentina, continuarão a beneficiar de tarifas mais baixas de 10%, o que significa que os produtores da UE estão agora em desvantagem ainda maior num mercado-chave’’.

De fato, a Argentina de Milei, amigo de Trump, tem a tarifa base aplicada na entrada de seus produtos nos EUA. Enquanto o Brasil tem tarifa de 50% imposta por Trump e os europeus portanto alíquota de 15%.

‘’Este resultado unilateral não é apenas injustificado, mas também profundamente prejudicial para um setor já sob pressão devido ao aumento de custos, às restrições regulatórias e à crescente concorrência global’’, acrescenta a Copa-Cogeca.

Insiste que, na prática, a agricultura da UE ‘’está sendo solicitada a aceitar termos comerciais mais fracos, enquanto os EUA colhem novas vantagens’’ – ou seja, descobriram a essência da Rodada Trump de negociação comercial, em que o mais forte leva vantagem.

Para os agricultores europeus, o acordo com os EUA ”não é reciprocidade, é um erro estratégico que prejudica os próprios agricultores, as cooperativas agrícolas e as economias rurais da UE’’.

Pede para a Comissão Europeia continuar a negociar com os EUA a redução das tarifas sobre as principais exportações agrícolas e realizar e publicar urgentemente uma avaliação de impacto deste acordo no setor agrícola da UE, incluindo uma análise detalhada dos efeitos de substituição.

Globo Rural

TAGS:

Acesse todos os nossos conteúdos

Publicidade

Publicidade

Seja um assinante e aproveite.

Últimas notícias

plugins premium WordPress

Acesse a sua conta

Ainda não é assinante?