A chegada de julho será marcada por mudanças significativas no clima em diferentes regiões do Brasil, com a quarta frente fria do ano no Brasil começando hoje, dia 30, e se estendendo até a próxima sexta-feira (4 de julho). Esta será a segunda onda de frio intenso do inverno, que começou em 20 de junho.
“Esta nova onda de frio também será continental (ar polar entra sobre parte do interior do Brasil), mas não com a abrangência e nem com a intensidade das duas últimas massas de ar frio que avançaram com muita força não apenas sobre o Sul, mas também sobre o Sudeste, grande parte do Centro-Oeste e sobre parte da região Norte do país”, informa a Climatempo.
De acordo com a empresa de metereologia, o Sul do país – em especial Rio Grande do Sul e Santa Catarina – deve enfrentar outra intensa frente fria, com possibilidade de geadas amplas, temperaturas negativas e até chance de neve nas áreas serranas, especialmente entre os dias 8 e 14 de julho. A tendência foi confirmada também pelo MetSul, que alerta para a persistência de massas de ar polar sobre a região, em um dos episódios de frio mais rigorosos do ano.
Desta vez, a circulação de ventos sobre a América do Sul não vai permitir o avanço deste ar frio sobre o Sudeste do país. A Climatempo identifica que a tendência de aquecimento atingirá praticamente toda a região nos próximos dias, embora as noites e as primeiras horas da manhã ainda tenham temperaturas amenas.
Segundo a Climatempo, as frentes frias que marcam o fim de junho e o início de julho são reflexo do padrão atmosférico mais ativo no Hemisfério Sul, o que favorece a entrada recorrente de ar polar no continente. Para o Sul do Brasil, isso significa frio intenso, especialmente nas madrugadas, com potencial para geadas amplas, o que exige atenção redobrada de produtores de hortaliças, café e pastagens.
Neste domingo (29), o tempo ainda permanece firme em grande parte do país, com destaque para o calor no Centro-Oeste e no interior do Sudeste. Cidades dessas regiões devem registrar máximas em torno dos 35°C, com céu aberto e umidade relativa do ar em queda, exigindo atenção para o risco de queimadas e para a saúde de trabalhadores rurais.
A partir da virada do mês, no entanto, uma nova frente fria avança pelo Sul e deve alcançar áreas de São Paulo, sul de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, derrubando as temperaturas também nessas regiões.
Enquanto isso, o litoral do Nordeste deve enfrentar uma semana de instabilidade, com previsão de chuva volumosa entre Alagoas, Sergipe e Bahia, resultado da intensificação da circulação marítima associada à frente fria que se forma mais ao sul.
Já o Norte do Brasil, especialmente os Estados do Maranhão, Pará, Amapá e Roraima, deve manter o padrão típico do meio do ano, com redução no volume de chuvas e temperaturas mais estáveis, sem extremos previstos.
Onde o frio será mais rigoroso?
O mapa da Climatempo mostra que, nas áreas em azul escuro, a atuação da onda de frio deve gerar temperaturas em torno de 5°C, ou mais abaixo da média normal para esta época do ano. Nas áreas em azul claro, o resfriamento será grande, mas não o suficiente para denominação de onda de frio. Nesta faixa, as temperaturas ficam de 3°C a 5°C abaixo da média.
“Porém, novos eventos de geada que devem ocorrer especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Temperaturas muito próximas e até abaixo de 0°C devem ser observadas novamente nesses dois Estados”, aponta o boletim do instituto.
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Tonalidades de azul indicam áreas de frio mais intenso no Brasil — Foto: Divulgação/ Climatempo
Há chances de neve?
Segundo a Climatempo, apesar das baixas temperaturas e da sensação térmica negativa nos Estados do Sul, não há chances de neve na primeira semana de julho. Por outro lado, há alerta para produtores e pecuaristas. A orientação é atentar aos cuidados com os animais, principalmente em sistemas de criação a pasto.
Nas regiões costeiras do Nordeste, os produtores devem monitorar os volumes de chuva para evitar alagamentos em áreas cultivadas e tomar medidas de escoamento da água. Embora o Norte não registre fenômenos extremos neste início de julho, o período é favorável para colheitas e secagem ao sol, com pouca interferência da chuva.
Com uma frente fria avançando e o Sul sob alerta de geadas, o início do segundo semestre será desafiador para o campo em diversas regiões brasileiras.