Safra de café 2025/26 deve recuar 6,4%, projeta Rabobank

Relação de troca continua favorável para os produtores em maio, afirma o banco.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 15/05/2025 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

O banco holandês Rabobank divulgou nesta quarta-feira (14/5) uma nova projeção para a safra de café 2025/26, de 62,8 milhões de sacas de 60 quilos. A estimativa é de queda de 6,4% em relação ao ciclo anterior, mesmo depois das chuvas de abril nas principais regiões cafeeiras do Brasil.

A produção de arábica deve cair 13,6%, para 38,1 milhões de sacas, e a de conilon deve atingir um recorde de 24,7 milhões de sacas, alta 7,3%.

No quarto mês do ano, o Brasil exportou 3,1 milhões de sacas de 60 quilos de café, um recuo de 28% em relação ao ano anterior. As exportações acumuladas em 2025 chegaram a 13,8 milhões de sacas, uma redução de 16% em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Essa desaceleração está alinhada com previsões anteriores, impulsionada pela entressafra e pelos estoques historicamente baixos — consequências de safras anteriores decepcionantes e exportações recordes no último ano”, indicou o relatório.

“O mercado brasileiro começa a safra 2025/26 enfrentando uma oferta apertada, estoques baixos e uma demanda ainda resiliente”, indicou Guilherme Morya, analista da commodity no Rabobank.

Em Matas de Minas, no Cerrado Mineiro (MG), no Sul do Espírito Santo e na Alta Mogiana, em São Paulo, o índice pluviométrico ficou abaixo da média da temporada de 2023/24, contudo Morya reconhece que os registros de chuvas favoreceram o desenvolvimento final dos grãos, especialmente do arábica.

Em relação à colheita, o boletim do Rabobank assinado por Morya aponta que está acelerada para o café conilon, particularmente no Espírito Santo, que se iniciou em abril. Já os trabalhos de campo do arábica devem se intensificar nas próximas semanas.

Relação de troca e preços

A relação de troca continua favorável em maio, sendo necessárias 1,05 sacas de café para comprar uma tonelada de fertilizante, o que representa uma queda de 8% em relação ao mês anterior e de 47% em relação ao ano passado, quando eram necessárias 2 sacas.

“Apesar da alta nos preços do potássio, a queda nos preços da ureia contribuiu para essa melhora”, segundo Morya.

No Brasil, os preços do caféarábica subiram 4% em maio na comparação mensal, recuperando-se da queda de abril, porém os preços do conilon caíram 2% no mesmo período em razão das expectativas de uma safra recorde de conilon e uma colheita mais fraca de arábica.

“Hoje, o arábica está aproximadamente R$ 900 por saca mais caro. Isso representa um forte incentivo para que a indústria local e as torrefadoras voltem a usar mais conilon nas misturas destinadas ao mercado interno”, avaliou o banco.

Apesar do forte aumento nos preços no varejo, as vendas de café em supermercados cresceram entre 3% e 4% no primeiro trimestre de 2025, segundo fontes do setor varejista.

Globo Rural

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