O custo da alimentação dos rebanhos bovinos de confinamento caiu em janeiro. A expectativa de uma safra recorde em 2024/25, o início da colheita de grão e a desvalorização das commodities no mercado internacional ajudaram a dar um alívio nas contas da terminação. Não se via um movimento assim desde meados de agosto ou setembro do ano passado, a depender da região. Índice de Custo Alimentar Ponta (Icap), calculado pela empresa de tecnologia pecuária Ponta.

No Centro-Oeste, o custo médio para alimentar o gado nos cochos foi de R$ 14,24 ao dia por cabeça em janeiro, queda de 1,52% no em comparação com janeiro de 2024 e de 6,75% em relação a dezembro do ano passado. Foi a primeira redução no Centro-Oeste desde setembro de 2024.
“A queda no Icap está associada à safra recorde de grãos no Brasil em 2024, especialmente de milho, que aumentou a oferta de insumos e reduziu o custo alimentar nos confinamentos”, comentou a empresa.
No Sudeste, o índice alcançou R$ 12,77 por cabeça ao dia, queda de 4,06% na variação mensal, a primeira desde agosto. Na comparação com janeiro de 2024, houve aumento de 5,71%, causado pelo reaquecimento do mercado de engorda em função da alta no preço do boi gordo no período.
“Embora o Icap registre queda no início de 2025, o mercado segue dinâmico, e o impacto efetivo desses fatores (no ano) dependerá do andamento das colheitas, do comportamento da demanda e da volatilidade das commodities nos próximos meses”, afirmou a empresa.
Preços dos insumos
A queda do indicador no Centro-Oeste foi impulsionada pela redução nos preços de insumos energéticos (-7,26%) e proteicos (-4,68%), além do recuo no consumo pelos animais (-3,10%) em relação a dezembro de 2024. O custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação foi de R$ 1.494,83.
Entre os principais insumos utilizados nas dietas de terminação, destacaram-se as diminuições nas despesas com milho grão seco, casca de soja, bagaço de cana e da silagem de milho. A Ponta ainda destacou que os pecuaristas passaram a incorporar mais coprodutos de algodão na formulação das dietas dos bovinos em janeiro de 2025.

Já no Sudeste, a retração veio na esteira de menores despesas com insumos proteicos, que registraram queda de 11,41% em relação a dezembro de 2024. O custo por tonelada de matéria seca da dieta de terminação atingiu R$ 1.376,99, representando uma queda de 1,25% no período. Entre os insumos proteicos mais utilizados pelos confinadores, destacam-se entre as reduções de preço a torta de algodão e os grãos secos de destilaria (DDG, na sigla em inglês).
A combinação entre queda nos custos alimentares e valorização da arroba do boi tem favorecido as margens dos pecuaristas, após dois anos de grandes desafios. “No entanto, os confinadores devem manter atenção aos indicadores de gestão, pois os custos tendem a flutuar significativamente no período de entressafra”, alerta.