O agronegócio brasileiro está atento aos debates da Cúpula do G20, que começou nesta segunda-feira (18/11), no Rio de Janeiro. Há acordos a serem firmados, com a intenção de mostrar protagonismo em temas correlatos como transição energética, resiliência climática e produtividade sustentável. A China é um dos países na mira.
Na semana passada, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, demonstrou otimismo ao confirmar que, em um encontro programado entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da China, Xi Jinping, haverá anúncios benéficos ao agronegócio brasileiro.
Entre os segmentos de destaque a serem debatidos durante a Cúpula estão as frutas, biocombustíveis, como o etanol de milho, gergelim, sorgo, moídos bovinos e suínos. Atualmente, a bilateralidade agropecuária entre as nações conta com 43 novas plantas brasileiras frigoríficas habilitadas para compra por parte dos chineses, enquanto 12 unidades tiveram os embargos suspensos.
Nesta terça-feira (19/11), haverá a última reunião de cúpula sobre transição energética e mudanças climáticas. Depois, o governo brasileiro coordena uma cerimônia de encerramento para marcar a transmissão da presidência do grupo para a África do Sul.
G20 agrícola se reuniu em Mato Grosso
Entre os dias 9 e 10 de setembro, o Brasil realizou um encontro de ministros da agricultura de países que compõem o G20, na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, Estado escolhido por ser o maior produtor de grãos do país.
Na ocasião, os representantes de Estado debateram oportunidades para avançar na produção de alimentos de forma sustentável e com segurança alimentar, na transição energética, além de uma elaboração de uma declaração ministerial conjunta para ser apresentada Cúpula de Chefes de Governo e Estado, no Rio de Janeiro.
Durante a programação, organizada pelo Mapa, foram realizadas reuniões técnicas, bilaterais e ministeriais, que também definiu os quatro eixos do GT da Agricultura no G20 Brasil como:
- Sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos;
- Ampliação da contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional;
- Reconhecimento do papel essencial da agricultura familiar, camponeses, povos indígenas e comunidades tradicionais para sistemas alimentares sustentáveis, saudáveis e inclusivos; e
- Promoção da integração sustentável da pesca e aquicultura nas cadeias sociais locais e globais.
O Grupo de Trabalho de Agricultura do G20 no Brasil reuniu-se por quatro dias, com a participação de representantes ministeriais de 40 delegações. Além do Mapa, também integram o GT da Agricultura os Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Pesca e Aquicultura (MPA), Relações Exteriores (MRE) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Depois, em outubro, alguns líderes, como o ministro da Agricultura da Nova Zelândia, Todd McClay, visitou São Paulo e Brasília para conduzir uma das reuniões, aproveitando para estreitar laços agropecuários e comerciais entre os dois países.
O Brasil assumiu no dia 1º de dezembro de 2023 a Presidência temporária do G20 pela primeira vez no formato atual do G20. O mandato tem duração de um ano e se encerrará em 30 de novembro de 2024. Ao longo do mandato, o Brasil realizou mais de 100 reuniões de grupos de trabalho e 20 reuniões ministeriais, contando com o encontro que está acontecendo na capital fluminense.