O dólar recuava nesta quinta-feira, após o Federal Reserve reduzir sua taxa de juros em 50 pontos-base na véspera, um movimento que já vinha sendo precificado pelos mercados.
O Fed deu início a um ciclo de afrouxamento monetário na quarta-feira com um corte de 50 pontos nos juros, que, segundo o chair Jerome Powell, tem o objetivo de mostrar o compromisso das autoridades com a manutenção de uma taxa de desemprego baixa, agora que a inflação tem desacelerado.
Nos dias anteriores à decisão, as expectativas se inclinaram para uma redução grande nos juros, com os mercados precificando cerca de 65% de chance de um corte de 50 pontos-base. Economistas consultados pela Reuters esperavam um corte de 25 pontos.
“O corte parece ser preventivo, com o gráfico de pontos que o acompanha e os comentários da coletiva de imprensa destacando mais cautela no que diz respeito ao ritmo e à magnitude da política de afrouxamento daqui para frente”, disse Salman Ahmed, chefe global de alocação estratégica de ativos da Fidelity International.
O gráfico de pontos do Fed aponta para as expectativas das autoridades para a taxa de juros no futuro.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,39%, a 100,630, não muito longe do nível anterior à decisão do Fed. Na sessão anterior, o índice caiu para 100,21, o nível mais baixo em um ano.
“O Fed parece confiante de que venceu a batalha contra a inflação e reconhece que a política monetária agora é muito restritiva, especialmente devido às ameaças ao crescimento”, disse Guy Stear, chefe de estratégia de mercados desenvolvidos do Amundi Investment Institute.
Na quarta-feira, os membros do Fed projetaram que a taxa de juros cairá mais 50 pontos até o final deste ano, 100 pontos no próximo ano e 50 pontos em 2026, embora tenham dito que as perspectivas para um futuro tão distante são incertas.
“É por isso que não houve nenhum enfraquecimento adicional do dólar ontem. O dólar já havia se enfraquecido nos dias e semanas anteriores”, disse Ulrich Leuchtmann, chefe de pesquisa de câmbio e commodities do Commerzbank.
O dólar tinha alta de 0,63% em relação ao iene, a 143,16.
O euro era negociado a 1,116975 dólar, em alta de 0,47% no dia.