Diretor da Minerva defende maior atuação do governo para a abertura de mercados

Executivos de frigoríficos realizaram debate no evento Agro Summit, realizado pelo Bradesco BBI.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 12/09/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

O maior gargalo para o setor de proteínas é logístico, com dificuldades nos portos, e de abertura de mercado, disse o diretor financeiro do frigorífico Minerva Foods, Edison Ticle. “Precisamos de um Ministério das Relações Exteriores mais atuante para a abertura de mercados. Algumas barreiras são tratadas como sanitárias, mas que são apenas negociação”, afirmou nesta quarta-feira (11/9) no Agro Summit, evento realizado pelo Bradesco BBI em São Paulo.

O executivo afirma, no entanto, esperar a abertura de mercados desenvolvidos, como o Japão e a Coreia do Sul, com a expectativa de “pacotes mais elevados” do mix da companhia.

A diversificação de mercado ajuda os investimentos brasileiros, uma vez que os “países estão buscando alternativas de segurança alimentar, e o Brasil é um dos maiores aliados que se pode ter”, afirmou João Campos, CEO da Seara, que diz enxergar um “potencial sólido de crescimento para os próximos anos”.

Segundo Campos, o crescimento na demanda europeia, americana e asiática, dão “confiança para continuar investindo, com o Brasil entrando em mercados, produtos e cortes que antes não entrava”.

José Carlos Garrote, diretor-executivo da São Salvador Alimentos, afirmou que, após um ciclo de alta produtividade e preços mais baixos para as carnes bovinas até o próximo ano, espera-se uma melhora no valor em breve, o que também deve impulsionar os prêmios para a avicultura e suinocultura.

Ticle discorda, afirmando que, embora com um ciclo pecuário mais longo, haverá uma boa oferta de animais e estabilização de preços. O executivo defendeu, em especial, os avanços em genética – que elevaram a taxa de fertilidade de fêmeas bovinas para uma faixa entre 55 e 60% – e dieta – com o advento dos grãos secos de destilaria (DDG, em inglês).

O diretor financeiro da Minerva afirma que “estamos a caminho de deixar na mão de três empresas cerca de 80% da exportação [de carne] da América do Sul, com uma posição de liderança que só tende a aumentar e melhorar”.

Para Ticle, questões de sustentabilidade, como a rastreabilidade, colocam as empresas de maior porte, “que conseguem ter maior governança, em outro patamar”, acessando mercados e clientes diferenciados. Assim, segundo ele, “alguns mercados que hoje não abrem para o Brasil, mercados mais premium, não vão ter mais justificativa nenhuma para não estarem abertos”, completou.

Garrote e Gomes acrescentaram que a questão da rastreabilidade não é uma dor para as empresas no momento, mas, principalmente, a sanidade para os produtos e a abertura de novos mercados.

Globo Rural

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