Plano Safra amplia desgaste na relação do governo com agronegócio, dizem fontes da bancada ruralista

Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, fez aceno ao setor, em discurso que anunciou medidas.

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| Publicado em 05/07/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Os detalhes do Plano Safra, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, causaram insatisfação na Frente Parlamentar do Agronegócio, a FPA, e esgarçaram ainda mais a relação de parlamentares e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, segundo fontes ouvidas pela CNN.

De acordo com deputados ligados ao agro, a “equalização de juros do Plano Safra não está adequada” e as taxas estão muito altas. As taxas de juros variam entre 7% ao ano e 12%, de acordo com cada linha de crédito disponibilizada pelo programa.

A bancada ruralista vem de uma relação de desgaste crescente com Fávaro e reclama que o Plano não foi discutido com os parlamentares.

A avaliação de deputados ouvidos pela CNN é de que o governo perdeu a pouca interlocução que tinha com o setor, ideologicamente mais próximo às ideias do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo esses deputados, já havia uma indisposição com a atual gestão petista e o governo afugenta ainda mais o diálogo.

Em reuniões privadas, ministros de Lula admitem que têm problema de aproximação de Fávaro com o agronegócio e que o diálogo entre o governo e o setor “caiu no colo” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Durante o lançamento do Plano Safra, Carlos Fávaro fez uma menção honrosa à Frente Parlamentar do Agronegócio, elogiando a postura de trabalhar por mais recursos, e afirmou que estão na mesma linha do governo. A fala foi interpretada como uma sinalização de paz à bancada.

CNN Brasil

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