Escassez e logística elevam custo de fertilizantes no Brasil

Alta do dólar frente ao real também tem gerado um aumento dos preços dos insumos.

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| Publicado em 26/06/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Os preços de fertilizantes registraram significativa alta nas últimas semanas, afetando diretamente o setor agrícola brasileiro. Essa elevação é impulsionada por fatores como alta do dólar, gargalos logísticos globais e restrições de oferta, especialmente de nitrogênio e fósforo, principais insumos agrícolas, segundo relatório do Itaú BBA.

Problemas logísticos no Canal do Panamá, que enfrenta seca em razão do fenômeno El Niño, e no Canal de Suez, devido a conflitos geopolíticos na região, têm reduzido a capacidade de carga e desviando rotas, com uma consequente alta nos custos. Os fretes marítimos aumentaram quase 80% desde o início de maio, pontuam os analistas.

Além disso, a restrição de oferta de ureia pelo Egito e a ausência da China no mercado de exportação contribuíram para a elevação de preços. Desde a restrição imposta pelo governo egípcio em maio, o preço da ureia CFR Brasil subiu 21%, passando de US$ 305 para US$ 370 por tonelada. A China também se mantém fora das exportações de monoamônio fosfato (MAP) e ureia, agravando a oferta global.

Internamente, a importação de MAP pelo Brasil até maio ficou 30% abaixo do mesmo período do ano passado. A demanda aquecida para a próxima safra de verão, junto com a perspectiva de aumento da demanda indiana, está pressionando ainda mais os preços.

A relação de troca entre insumos como ureia e MAP com grãos, como milho, atingiu níveis preocupantes, aproximando-se das máximas dos últimos cinco anos, o que reduz o poder de compra dos produtores.

Canal Rural

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