A economia brasileira irá desacelerar neste ano em relação ao crescimento esperado para 2023, segundo o relatório de Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2024, principal relatório econômico da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo o documento, a projeção é de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil desacelere de 3,1% em 2023 para 1,6% em 2024, devido aos impactos prolongados das taxas de juros mais altas e da queda da demanda externa.
Para efeito de comparação, a média de crescimento do PIB ao redor do mundo aguardada para 2024 é de 2,4%. Esse número é menor que o esperado em 2023, onde a média global de alta está estimada em 2,7%.
Quando são analisadas as economias da América Latina, um cenário mais próximo à realidade brasileira, as perspectivas são de um crescimento econômico ainda menor.
Em 2024, a projeção é de que o PIB regional cresça apenas 1,6%, após registrar um aumento estimado de 2,2% em 2023.
Ainda segundo a ONU, essa desaceleração é esperada devido às condições financeiras mais rígidas da América Latina, que prejudicarão a demanda doméstica. Além disso, o crescimento mais lento na China e nos Estados Unidos limita as exportações.
“A região precisará redobrar esforços para reduzir a evasão fiscal e atualizar os sistemas tributários para atender às suas necessidades de financiamento”, concluiu o documento.
A divulgação do resultado do PIB do Brasil em 2023, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é aguardada para o dia primeiro de março de 2024.
Economia ao redor do mundo
O relatório apresenta uma previsão econômica negativa para o curto prazo.
O enfraquecimento do comércio global, os altos custos de empréstimos, a dívida pública elevada e as crescentes tensões geopolíticas colocam o crescimento global em risco, diz o relatório.
Crescimento menor nas grandes economias
Para os Estados Unidos – a maior economia do mundo – a desaceleração econômica também é aguardada. Segundo os especialistas, o país sairá de uma estimativa de alta de 2,5% em 2023 para 1,4% em 2024.
“A economia dos Estados Unidos enfrentará riscos significativos de queda devido à deterioração dos mercados de trabalho, imobiliário e financeiro”, disse o documento.
Na Europa, o cenário é considerado “desafiador” pelos especialistas. Embora a possibilidade de crescimento seja discutida, seria 50% menor do que a média global.
“A Europa enfrenta uma perspectiva econômica desafiadora em meio à inflação ainda elevada e às altas taxas de juros. Na União Europeia, a projeção é de que o PIB tenha uma alta de 1,2% em 2024, ante 0,5% em 2023.”
Já na China – que passou os últimos anos lutando contra uma iminente recessão – o cenário é considerado menos desafiador.
Segundo o relatório, a recuperação econômica do país após a Covid-19 foi mais rápida do que o esperado.
A ONU afirma que é esperada uma alta de 4,7% na economia chinesa para 2024 e 5,3% em 2023.
“A redução das taxas de juros e hipotecas e o aumento do investimento do setor público financiado com novos títulos impulsionaram o crescimento”, concluiu o documento.