Na última semana acompanhamos a alta dos preços dos combustíveis após um longo período de queda, movimento justificado pela alta do etanol e, como sabemos, a gasolina contém uma mistura de 27% de álcool.
Com as indústrias impactadas negativamente pelo excesso de chuvas principalmente para o estado de São Paulo, maior estado produtor da cultura, a segunda quinzena de setembro trouxe uma redução no volume de cana processada que, por sua vez, reflete na oferta do etanol. Outro ponto de suporte para os preços é a aproximação da entressafra brasileira, quando sazonalmente os preços do álcool se elevam ante a menor produção canavieira.
Em Goiás, o segundo maior estado produtor no país, as perspectivas são positivas. É esperado que a produção da cana cresça em até 2,8%, alcançando um volume de 72,5 milhões de toneladas para a safra 2022/23. A produção de açúcar no estado deve chegar a 2,2 milhões de toneladas e a de etanol 4,7 bilhões de litros.
No país, a produção de açúcar é estimada em 33,9 milhões de toneladas, uma queda de -3% quando comparada com a temporada anterior. O mesmo se aplica para o etanol, com um recuo de -2,2%.
Na atualização da safra para a segunda metade de setembro, os dados da UNICA apontam que a moagem da cana caiu quase -30%, somando apenas 25,29 milhões de toneladas devido às chuvas que atingiram as principais regiões produtoras. O açúcar teve uma redução de -27,32% e o etanol de -28,64%, sendo produzidos sucessivamente 1,7 milhão de toneladas e 1,42 bilhão de litros.
Comentando um pouco mais sobre o etanol, o produto vem apresentando uma demanda positiva, tanto no mercado interno quanto no externo. Em setembro, as unidades do Centro-Sul venderam 2,67 bilhões de litros, +8,12% a mais que a safra anterior. No mercado interno brasileiro, a comercialização do etanol hidratado alcançou um aumento de +4,67%, com um volume total de 938,83 milhões de litros. Já o etanol anidro teve uma alta de +3%. Com as exportações aquecidas, o país conseguiu somar na safra 2022/23 o volume de 1,24 bilhão de litros, uma alta de +33,05% ante a safra anterior.
Voltando para a oferta, com a redução do ritmo das indústrias canavieiras no Brasil devido às condições climáticas desfavoráveis, o contrato outubro de açúcar na ICE teve um suporte, encerrando a sessão desta quinta-feira (20) cotado a 18,42 cents/lp ante a realização de uma oferta apertada no curto prazo. Ainda sobre o açúcar, no mercado interno brasileiro os preços estão subindo, girando em torno de R$127,00 a saca de 50kg.