Mercado do boi gordo registra mais uma rodada de baixa nos preços físicos

Demanda doméstica pela carne bovina continua enfraquecida e os pecuaristas liquidam lotes temendo recuos ainda mais fortes da arroba mais para frente.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 16/08/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Nesta terça-feira, 15 de agosto, foram registrados novos reajustes negativos nos preços do boi gordo, muito em função da fraca procura por gado gordo, informa a S&P Global Commodity Insights.

“O atual descompasso entre oferta e demanda por animais prontos para abate segue elevando a especulação baixista no mercado físico do boi gordo”, afirmam os analistas da consultoria.

Segundo apurou a Scot Consultoria, no mercado paulista, a ponta compradora iniciou o dia ofertando menos R$ 5 para as arrobas do boi gordo e do “boi-China”.

Com isso, o animal macho “comum” agora vale R$ 220/@ em São Paulo, enquanto a para o boi enviado ao mercado chinês é negociado por R$ 225/@, preços brutos e a prazo.

A vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 200/@ e R$ 215/@, respectivamente, no prazo, valores brutos.

Segundo a S&P Global, boa parte das unidades de abate espalhadas pelo Brasil limitam o ritmo de compra de lotes de boiada gorda por possuírem escalas confortáveis ou pelo fato de serem mais que suficientes para atender necessidade de curtíssimo prazo.

“Pelo lado do produtor, muitos deles estão temendo quedas mais severas e, por isso, acabam negociando os seus lotes terminados”, destacam os analistas. Neste ano, o nível de abate de bovinos no Brasil cresceu acima das expectativas do setor, influenciado pelo aumento expressivo de fêmeas enviadas ao gancho, ressalta a S&P Global.

Ao mesmo tempo, o consumo doméstico de carne bovina continua patinando, resultando em elevação dos estoques nas câmaras frias, no atacado e no varejo.

“Até então, o setor se beneficiava da firme demanda externa e dos altos preços internacionais da proteína, o que ajudava a balizar positivamente os estoques internos”, recorda a S&P Global.

Nos últimos meses, o fluxo das vendas externas até que reagiu, mas os valores pagos pela carne bovina brasileira recuaram fortemente, devido à pressão por preços mais atrativos por parte dos importadores chineses.

Tal situação reduziu as margens dos frigoríficos exportadores, que, por sua vez, lançaram pressão sobre os valores pagos aos pecuaristas brasileiros.

Atualmente, sob alegação de aperto de margem operacional, dificuldade em escoar excedentes nos estoques ou uma oferta elevada de animais prontos para abate, a cadeia da carne vive um momento muito delicado em termos de preços e rentabilidade, sobretudo em relação ao pecuarista, observa a S&P Global.

“O desânimo assombra muitos produtores que continuam liquidando os seus lotes, sem perspectiva de recomposição dos estoques”, alertam os analistas.

Portal DBO

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