Economia dos EUA enfrenta diferentes frentes de instabilidade: como isso pode impactar o Brasil

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), discursa nesta quinta para dar mais indicações sobre juros do país.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 29/09/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Os mercados globais operam em compasso de espera por novas sinalizações sobre a economia dos Estados Unidos. Desde a semana passada, o principal temor é de mais aumentos na taxa básica de juros americana.

Leandro Consentino, professor de ciência política do Insper, explica que o cenário econômico da maior economia do mundo se encontra em um momento de forte incerteza, que é decorrente do fato de a pandemia não ter sido bem administrada pelo governo desde início. 

“Estamos falando do centro financeiro do mundo, tendemos a disseminar os problemas dos EUA para todo o globo”, avalia o professor.

O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, tem como objetivo trazer a inflação do país para a meta de 2%. Para isso, tem elevado a taxa básica de juros do país, em um ciclo de aperto monetário que começou em 2022.

Na última quarta-feira (20), o Fed manteve os juros na faixa dos 5,25% a 5,5% ao ano, o maior nível em 22 anos. Em comunicado, a instituição sinalizou que pode voltar a um aperto na política monetária, com novos aumentos nos juros.

A expectativa dos mercados globais, agora, é pelo discurso de Jerome Powell, presidente da autarquia americana, e pelos dados de inflação de agosto.

Ele fala nesta quinta-feira (28), e espera-se que traga mais informações sobre o andamento da política monetária do país. Na sexta-feira (29), será publicado os dados de inflação do mês passado.

Enquanto isso, crescem os temores de que a taxa básica de juros do país se mantenha elevada por mais tempo, o que fez com que o dólar disparasse nos últimos pregões, superando a marca dos R$ 5 aqui no Brasil.

Bruno Musa, analista da Aqua-Vero Investimentos, avalia que os ajustes na economia americana seguirão ocorrendo nos próximos meses, isso porque existem US$ 7 trilhões em circulação no país a mais do que no período pré-pandemia.

“Com uma base monetária muito grande [em circulação] é difícil trazer a inflação mais para baixo sem passar por algum tipo de adversidade”, pontua.

Outro problema que os EUA estão enfrentando é o aquecimento da economia, lembra Thiago Oliveira, assessor na iHUB Investimentos. 

Oliveira explica que os últimos dados do Índice de Gerentes de Compras (PMI) – que mede o desempenho da atividade industrial e de serviços no país – vieram acima dos 50 pontos, mostrando que o país ainda possui uma demanda muito forte, o que corrobora com o aumento da inflação.

“Enquanto os dados dos EUA não melhorarem, o Fed não deve baixar os juros, eles fizeram uma manutenção na semana passada, mas já deixaram claro que os juros podem subir, se for necessário.”

Além da política monetária, outros fatores pontuais têm impactado a economia americana, como a maior greve de trabalhadores ativos do país e o risco de paralisação do governo. A iminência de eleições presidenciais, que ocorrem no próximo ano, também colabora para o aumento do clima econômico incerto.

CNN Brasil

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