Trigo – Mercado Externo
O mercado internacional de trigo iniciou a semana em terreno misto, apresentando oscilações marginais nesta segunda-feira (29). Na Bolsa de Chicago (CBOT), o contrato do trigo SRW para dezembro registrou leve recuo de 0,04%, cotado a US$ 5,19/bushel, enquanto o vencimento de março cedeu 0,11%, encerrando a US$ 5,37/bushel.
Na Bolsa de Kansas, as negociações do trigo HRW mostraram movimento contrário, com ganhos moderados. O contrato de dezembro avançou 0,55%, alcançando US$ 5,08/bushel, e o de março subiu 0,53%, finalizando a US$ 5,29/bushel.
O comportamento lateralizado das cotações refletiu a ausência de fatores capazes de provocar mudanças expressivas nos preços. Além disso, os agentes do mercado adotaram postura cautelosa à espera do relatório trimestral de estoques de grãos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), previsto para divulgação nesta terça-feira (30).
Nos Estados Unidos, o USDA informou que, até 28 de setembro, 34% da área destinada ao trigo de inverno já havia sido plantada, avanço de 14 pontos percentuais em relação à semana anterior. Ainda assim, o ritmo segue aquém do observado no mesmo período de 2024 (–3 pontos) e da média dos últimos cinco anos (–2 pontos).
Adicionalmente, 13% da área de trigo de inverno já havia emergido até a mesma data, ganho de 9 pontos percentuais frente à semana anterior. O índice se manteve equivalente ao registrado em 2024 e levemente superior à média quinquenal (+1 ponto).
As inspeções semanais dos EUA totalizaram 738 mil toneladas até 25 de setembro, representando queda de 21,4% em relação à semana anterior, mas incremento de 33,8% frente ao mesmo intervalo de 2024. No acumulado da temporada, os embarques somam 9,537 milhões de toneladas, aumento de 15,1% em comparação às 8,284 milhões contabilizadas no ciclo passado.
No cenário russo, a consultoria SovEcon revisou para baixo sua estimativa de exportações de trigo em 2025/26, reduzindo a projeção de 43,7 para 43,4 milhões de toneladas. Trata-se do primeiro ajuste negativo da safra, sinalizando possível mudança nas expectativas de mercado. Cabe destacar que a Rússia permanece como principal exportadora global do cereal.
Ainda segundo a consultoria, os embarques de julho a setembro somaram 10,9 milhões de toneladas, volume 28,8% inferior ao do mesmo período de 2024 e o mais baixo desde a temporada 2022/23. A Rusagrotrans estima que as exportações de setembro devem variar entre 4,3 e 4,5 milhões de toneladas, queda de 14,5% a 18,3% em relação ao ano anterior. A retração da demanda externa tem sido apontada como principal fator para o enfraquecimento das vendas.
O imposto de exportação russo sobre o trigo entre os dias 1 e 7 de outubro, foi fixado em 617,7 rublos por tonelada, redução de 37,9 rublos frente à alíquota atual de 655,6 rublos, segundo o Ministério da Agricultura do país.
Na Argentina, a Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA) informou que 70,9% dos 6,7 milhões de hectares estimados já se encontram em fase de colheita. As chuvas regulares e os volumes acumulados mantêm 81,7% da área em condições hídricas adequadas a excelentes, favorecendo especialmente as regiões do centro e norte do país, onde o potencial produtivo segue acima da média histórica.
Paralelamente, a Bolsa de Cereales de Córdoba (BCCBA) divulgou sua primeira estimativa da safra de inverno, projetando uma produção recorde de 5,7 milhões de toneladas de trigo na província — a maior da série histórica. O resultado reflete tanto os elevados rendimentos, os melhores dos últimos quatro ciclos, quanto a expansão da área cultivada, que supera em 66% a média local.
