Começo essa análise trazendo para vocês os dados das exportações do café no Brasil durante o mês de agosto. Segundo os dados da Secex, foram exportadas 197,471 mil toneladas de café não torrado, superando o volume total embarcado nesse mesmo mês do ano anterior em +41%!
Os números são importantes pois representam um aumento pela demanda do café brasileiro, impulsionando os cafeicultores em suas negociações, uma vez que eles permanecem firmes e segurando o seu grão na espera de preços mais favoráveis no mercado.
E falando do grão, a Cooxupé informou que até o dia 01 de setembro foram colhidas 95,03% do total de suas áreas de atuação, um bom avanço para essa reta final que supera os 94,89% colhidos nesse mesmo período de 2022.
Em Matas de Minas restam apenas 2% da área total a serem colhidas, 2,96% em São Paulo, 3,98% no Sul de Minas e 7% no Cerrado Mineiro.
Como comentei acima, os cafeicultores hesitam antes de negociar as suas sacas de café, principalmente devido a lateralização dos preços e incertezas quando a demanda global.
Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), a exportação mundial desse produto no mês de julho foi de 10,21 milhões de sacas de 60 kg, apontando uma redução no volume frente ao ano anterior, de -1,54%.
Na comparação anual, os embarques totalizam 103,74 milhões de sacas até julho (10° mês), o que aponta uma queda de 5,7%.
Tais números assombram o mercado e pressionam as cotações nas principais Bolsas ao redor do globo. Entretanto, os futuros ainda têm suporte no clima do Brasil, onde o excesso de chuvas nas principais regiões produtoras pode afetar o encerramento da colheita.
O principal suporte no momento está sendo a China, onde o governo está promovendo novas políticas para acelerar a economia do país, refletindo positivamente nas commodities agrícolas. Além disso, uma matéria publicada no Financial Times menciona que a Starbucks planeja abrir novas lojas naquela região, incentivando o consumo do café e atuando como competição para as demais marcas. Podemos ver um aumento significativo na demanda para os próximos anos.