A semana iniciou com a Argentina retomando o programa “dólar soja”, logo veremos muita soja barata disponível no mercado. O ministro da economia Sérgio Massa, anunciou o retorno da medida que ficará válida até o dia 31 de dezembro, afirmando ainda uma taxa de câmbio especial de 230 pesos. Isso pode levar a uma redução no programa norte-americano e maior concorrência para o Brasil.
Como maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, o vizinho argentino pode afetar também a margem de esmagamento brasileira e enfraquecer os prêmios FOB. A China que já importou mais de 900 mil toneladas de soja argentina em outubro, tende a aproveitar a volta do programa e se abastecer para janeiro.
Falando no Brasil, o plantio da soja alcançou 87% do total até o último dia 24. Como já comentado anteriormente, o país está rumo a adoção do B15 para 2023. A Abiove comentou que se adotado a mistura 14% para janeiro e 15% para março, isso acrescentaria cerca de 4 milhões de toneladas de farelo de soja à produção brasileira. Os produtores ficaram animados com a nova perspectiva, porém o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) está decidindo por manter o B10 até o primeiro trimestre de 2023.
Nos Estados Unidos, o USDA informou a venda de 110 mil toneladas de soja da safra 2022/23. As inspeções semanais do grão para exportação foram de 2,022 milhões de toneladas. Em Chicago, os futuros da oleaginosa operam no campo positivo nas duas primeiras sessões da semana, acumulando uma valorização de +2,20% com o contrato janeiro (ZSF3) cotado a US$ 14,61 por bushel.