Trigo – Mercado Externo
O mercado internacional de trigo iniciou a semana sustentando uma trajetória altista. Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos do trigo SRW para dezembro encerraram a segunda-feira (10) com incremento de 1,52%, cotados a US$ 5,35 por bushel. O vencimento de março acompanhou o movimento, avançando 1,51% e alcançando US$ 5,50 por bushel.
Em Kansas, o impulso comprador também prevaleceu. As referências do trigo HRW registraram avanços expressivos: o contrato de dezembro valorizou 1,5%, atingindo US$ 5,27 por bushel, enquanto o de março subiu 1,35%, negociado a US$ 5,39 por bushel.
A firmeza observada nas principais bolsas foi impulsionada pelo otimismo em torno das negociações destinadas a encerrar a paralisação do governo norte-americano, fator que ampliou o apetite ao risco e favoreceu a realocação de capital para o conjunto das commodities agrícolas, energéticas e metálicas. Paralelamente, investidores ajustaram posições à espera do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), previsto para sexta-feira (14), após interrupção desde setembro.
O USDA informou que, até 6 de novembro, as inspeções semanais de exportação totalizaram 290 mil toneladas, retração de 17,1% ante a semana anterior e de 17,9% frente ao mesmo período de 2024. Apesar da diminuição semanal, o acumulado do ano comercial soma 12,115 milhões de toneladas, avanço de 19,2% em relação às 10,166 milhões registradas no mesmo intervalo do ciclo passado.
Na Rússia, o Ministério da Agricultura anunciou que, entre 12 e 18 de novembro, a taxa de exportação de trigo subirá de 76 para 185,5 rublos por tonelada, alta de 144%. O país embarcou 2 milhões de toneladas de trigo nos primeiros dez dias de novembro, crescimento de 8,4% em comparação anual, segundo a União Russa de Grãos. Desde o início da temporada, as vendas externas totalizam 16,8 milhões de toneladas.
Na Ucrânia, até 7 de novembro, a colheita de grãos ultrapassou 43 milhões de toneladas, das quais 22,8 milhões correspondem ao trigo, conforme dados do Ministério da Economia do país.
Na Austrália, cuja safra comercial se estende de outubro a setembro, o trigo manteve sua posição como principal produto exportado. Na temporada 2024/25, o país embarcou 23,48 milhões de toneladas para 44 destinos, superando os 19,72 milhões de toneladas vendidos em 2023/24. Trata-se do quarto maior volume de exportações da história, atrás apenas do recorde de 2022/23, quando 31,77 milhões de toneladas foram enviadas ao exterior, segundo dados do Departamento Australiano de Estatísticas.
Na Argentina, a colheita avança sobre 11,6% da área cultivada, com rendimento médio de 23,4 quintais por hectare, desempenho superior ao inicialmente projetado, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA). A instituição mantém as estimativas de produção em 22 milhões de toneladas, embora ressalte que tempestades e episódios de granizo previstos para os próximos dias podem comprometer parte das lavouras.
