Vaca louca: Brasil suspende exportações de carne bovina à China

Governo diz que diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira

Preço médio da arroba do boi gordo se mantém a R$ 227 pela segunda semana seguida em RO

Dados foram compilados de 13 a 17 de fevereiro, em diversos municípios do estado. Cotação refere-se ao preço médio pago ao produtor rural.

Embrapa: Mudanças climáticas comprometem futuro da produção de feijão no Brasil

A produção de feijão no Brasil terá de crescer em torno de 44% – aproximadamente 1,5 milhão de toneladas a mais do que é produzido hoje – por volta do ano 2050, para atender à demanda pelo produto. Esse incremento deverá ocorrer em um cenário adverso para as lavouras, do ponto de vista do clima, levando em conta dados estipulados a partir do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas (ONU). As conclusões resultam de pesquisa desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), e relatada em artigo publicado na revista científica Agricultural Systems. Os pesquisadores utilizaram para o estudo três diferentes sistemas de modelagem (confira detalhes no quadro abaixo), ou seja, programas de computador que usam cálculos matemáticos para cruzar amplas bases de dados, a fim de estipular como será o risco climático da produção de feijão e quais serão a produção e a demanda projetadas para o grão no futuro. De acordo com Alexandre Bryan Heinemann, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão e um dos responsáveis pelo estudo, as análises apontaram para uma elevação de temperatura do ar entre 1,23 oC a 2,86 oC, em meados de 2050, na área de produção de feijão no Brasil, dependendo do Caminho Representativo de Concentração (RCP) de gases de efeito estufa utilizado. Os RCPs (sigla para Representative Concentration Pathways) foram estabelecidos pelo IPCC e projetam cenários de aquecimento global e possíveis mudanças climáticas. Localidades da Região Centro-Oeste e dos estados de Minas Gerais e da Bahia podem ser mais afetadas. Ainda segundo Heinemann, certa concentração de gás carbônico (gás de efeito estufa) na atmosfera contribui para a realização de fotossíntese e para a produtividade da planta. Mas o prejuízo causado pelos gases de efeito estufa na atmosfera pela elevação da temperatura do ar é muito maior, pois interfere, especialmente, na fase reprodutiva da lavoura, causando o abortamento de flores e a não formação de vagens e grãos na planta. Por isso, a tendência diante de um incremento entre 1,23 oC e 2,86 oC é que a produtividade diminua. O pesquisador lembra a projeção de aumento da demanda por feijão até meados de 2050, indicando a necessidade de 1,5 milhão de toneladas de feijão a mais do que é produzido hoje. Isso representa um aumento de 44% da produção. A produção atual no Brasil é de mais de 3 milhões de toneladas anuais de feijão. “São situações contrapostas: existe o impacto negativo do aquecimento global na produtividade em conflito com uma previsão de maior demanda pelo produto”, afirma. O equacionamento dessa questão, para o pesquisador, passa pela discussão de políticas públicas. “Os resultados da pesquisa colocam em debate assuntos como a expansão de novas áreas de produção de feijão e investimentos em pesquisa para a geração de cultivares mais adaptadas a estresses abióticos e a melhoria em eficiência no manejo das lavouras”, complementa. Modelagens associaram dados agronômicos, socioeconômicos e cenários de mudanças de clima Dados agronômicos de produtividade de duas cultivares de feijão da Embrapa (Pérola – carioca – e BRS Esplendor – preto ) foram associados a informações sobre os tipos de solo do País, cuja fonte é a própria Embrapa, e a variáveis meteorológicas medidas diariamente pela plataforma de informações sobre clima, mantida pela agência espacial norte-americana (Nasa). A combinação desses elementos, por meio da modelagem, utilizando o programa Cropgro-Dry bean, permitiu estabelecer o comportamento das lavouras de feijão. Essa estimativa cobriu 81% da área produtora de feijão no Brasil, abrangendo as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, considerando as três possíveis safras: verão, seca e inverno. Uma segunda ferramenta de modelagem, chamada Agricultural Model Intercomparison and Improvement Project (AgMIP), foi empregada para estimar o impacto de mudanças climáticas sobre as regiões produtoras de feijão do Brasil, a partir da derivação de dados previstos nos Caminhos Representativos de Concentração (RCP) de gases de efeito estufa estabelecidos pelo IPCC. No caso, foram utilizados dois RCPs (RCP 4.5 e RCP 8.5), considerados os mais significativos para a cultura do feijão. Um terceiro software de modelagem, o Impact, foi aplicado para integrar informações socioeconômicas a cenários futuros para a cultura, envolvendo uso da terra, preço de commodities, estimativa de oferta e demanda do grão, ganhos em produtividade da lavoura, dentre outros. Estresse à seca Heinemann realizou também outro trabalho, relacionado ao impacto de mudanças climáticas sobre a principal região produtora de arroz de terras altas no Brasil, considerando os estados de Goiás, Rondônia, Mato Grosso e Tocantins, onde o cultivo é realizado entre novembro e janeiro. A partir de dados do solo, das épocas de semeadura, do zoneamento agroclimático para a cultura e de registros históricos de estações meteorológicas do Instituto Brasileiro de Meteorologia (Inmet), foi projetado qual seria o comportamento das lavouras de arroz de terras altas em combinação com as previsões dos RCPs. Para isso, foi usado um programa de computador chamado Oryza2000. Com essa aplicação, foi possível estimar o comportamento, ao longo do tempo, de fatores como a precipitação pluvial, a radiação solar, a temperatura do ar e a concentração de gás carbônico na região pesquisada. A combinação desses elementos evidenciou que poderá haver impacto do aquecimento e da mudança climática para a produção do arroz de terras altas na região central do Brasil, em meados de 2050, com uma maior exposição do produto ao estresse e à seca. De acordo com as projeções, pode haver redução entre 40% e 60% da água necessária às plantas de arroz. “Essa pesquisa aponta a necessidade de redução da emissão de gases de efeito estufa para diminuir a pressão sobre o aquecimento global e, como desdobramento, a mitigação de possíveis mudanças climáticas. Outra questão é que os programas de melhoramento do arroz no Brasil precisam dirigir esforços para promover a adaptação da cultura à maior tolerância à seca em condições de estresse, especialmente, em determinadas fases críticas, como em estágio reprodutivo das plantas e em final de ciclo das lavouras”, conclui Heinemann. Inteligência climática Uma das atuais discussões… Continuar lendo Embrapa: Mudanças climáticas comprometem futuro da produção de feijão no Brasil

Organização Mundial de Saúde Animal orienta sobre gripe aviária em mamíferos

A situação atual da gripe aviária suscita preocupações na comunidade internacional. Desde outubro de 2021, um número sem precedentes de surtos foi relatado em diferentes regiões do mundo, atingindo novas áreas geográficas e causando impactos devastadores na saúde e bem-estar animal. A doença representa um risco para a segurança alimentar global e os meios de subsistência das famílias que dependem da criação de aves. Da mesma forma, causou uma taxa alarmante de mortes de aves silvestres e afetou outros animais silvestres, incluindo mamíferos aquáticos e terrestres. Embora afete principalmente aves domésticas e selvagens, a influência aviária pode ocasionalmente se espalhar para mamíferos, incluindo pessoas. Um número crescente de casos de influência aviária do H5N1 foi relatado em vários mamíferos, tanto terrestres quanto aquáticos, causando morbidade e mortalidade, levantando preocupações sobre a ameaça que representa para a saúde de animais domésticos e selvagens, biodiversidade e potencialmente para a saúde pública. A situação atual destaca o risco de que a influência do H5N1 aviário possa se adaptar melhor aos mamíferos e dar um salto para humanos e outros animais. Além disso, alguns mamíferos, como o vison, podem atuar como reservatórios comuns para diferentes vírus influenza, levando ao surgimento de novas cepas e subtipos que podem ser mais prejudiciais para humanos e/ou animais. As infecções recentemente relatadas em fazendas de visons são motivo de preocupação porque infecções em grandes números de mamíferos criados próximos uns dos outros exacerbam esse risco. Vários estudos em andamento buscam explorar a virulência e transmissibilidade desses vírus (inclusive entre mamíferos). Em colaboração com sua rede de especialistas, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) está monitorando de perto a situação para avaliar os riscos para animais e humanos. A OMSA orienta: -MANTER vigilância intensificada para a doença em aves domésticas e silvestres. -PREVENIR a propagação da doença implementando medidas estritas de biossegurança nas granjas avícolas. Em particular, aumente a biossegurança em torno das fazendas de visons para evitar a introdução do vírus. -CONTROLE os movimentos de animais domésticos suscetíveis e seus produtos, a fim de evitar a propagação da doença. -PROTEJA as pessoas em contato próximo ou manuseando aves doentes, animais domésticos e selvagens. As pessoas expostas devem sempre tomar medidas de precaução, como o uso de equipamentos de proteção individual, principalmente ao investigar mortes ou surtos. -MONITORE animais domésticos e selvagens suscetíveis. Investigue quaisquer aumentos incomuns nos eventos de mortalidade na vida selvagem (mortalidade). -NOTIFICAR à OMSA os casos de gripe aviária em todas as espécies através do WAHIS e de acordo com as normas internacionais. A comunicação transparente e oportuna é fundamental para manter um bom entendimento da situação da doença e prevenir qualquer tipo de desinformação. -COMPARTILHE sequências genéticas de vírus influenciados por aves em bancos de dados disponíveis publicamente. A OMSA está totalmente empenhada em apoiar seus Membros para mitigar os riscos do impacto da gripe aviária e continuará esse compromisso com suas redes de especialistas, bem como com seus parceiros públicos e privados, especialmente por meio da Aliança Quadripartite “One Health” e do Global Framework para o Controle de Doenças Animais Transfronteiriças (GF-TADs), a fim de fornecer atualizações técnicas à medida que novas informações estiverem disponíveis.

USDA reajusta estimativa global da produção de algodão

Estudo do departamento também aponta para queda de 5,71% no consumo mundial da pluma

Resistência de lagarta à soja Bt preocupa produtores de MS

O plantio de refúgio é a principal ferramenta dos programas de Manejo da Resistência a Insetos (MRI), sendo eficaz em não permitir ou retardar o aparecimento de resistência em pragas

Sucessão: jovens se preparam para assumir os negócios no campo em Mato Grosso

Pesquisa aponta ser fundamental o papel dos pais na tomada de decisão dos filhos quanto à sucessão familiar

“Prévia do PIB” confirma tendência de desaceleração da economia e crescimento baixo em 2023

IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, mostrou queda de 1,5% no quarto trimestre e crescimento de 2,9% no ano passado

Ministério da Agricultura apresenta propostas para expandir relação com China

Considerada um dos principais parceiros comerciais do Brasil, a China respondeu por U$ 89,7 bilhões das exportações brasileiras em 2022

Com movimentação de grãos em alta, portos do Paraná lideram exportação de soja em janeiro

Apenas em janeiro, 1.240.560 toneladas de granéis sólidos vegetais foram carregadas pelo Corredor Leste do Porto de Paranaguá (Correx), volume 12,88% maior que o registrado em janeiro de 2022 (1.099.044 toneladas). Apesar do milho ser o principal responsável pela alta, o volume de soja em grão embarcado pelo complexo se destaca no contexto nacional. Segundo dados do governo federal (ComexStat), o volume de exportação de soja colocou o porto paranaense como líder nacional no período. Foram 346.881 toneladas de soja embarcadas pelos três berços preferenciais, volume inferior às 652.903 toneladas carregadas em janeiro de 2022, mas superior aos volumes movimentados nos portos de Rio Grande (263.365 toneladas), Salvador (71.396) e Vitória (56.180 toneladas). Também foram 629.960 toneladas de milho carregadas no último mês de janeiro, volume 388% maior que o registrado nos mesmos 31 dias de 2022: 129.126 toneladas. Em janeiro deste ano também houve embarque de farelo do cereal: 59.525 toneladas. O produto não foi exportado pelo Correx em janeiro de 2022. De farelo de soja foram 207.194 toneladas neste ano. Em 2022, 317.015. “A demanda do segmento dos granéis vegetais de exportação vem intensa desde o final de 2022. Neste ano, não tivemos nenhum período de ociosidade no embarque pelo Corredor Leste”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia. MODAIS – Desde 2016, o pátio de triagem do Porto de Paranaguá não recebia tantos caminhões em janeiro. Neste ano, foram 29.639 veículos que chegaram para descarregar soja, milho e farelo de soja nos terminais paraenses. O recorde para o mês na ocupação de vagas do local, registrado há sete anos, foi de 30.064 caminhões. O número de 2023 é quase 15% maior que o registrado em 2022, quando foram 25.819 transportadores recebidos. “Apesar da quantidade maior de caminhões, a participação do modal rodoviário foi menor comparado a janeiro de 2022. Em contrapartida, o transporte por ferrovia teve alta”, afirma o diretor-presidente. Em janeiro de 2022, cerca de 83,8% da movimentação de janeiro saiu pela rodovia e em janeiro deste ano foram 82,3%. A participação do modal ferroviário passou de 13,7% para 17,7%. NOVA SAFRA – No Paraná, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), nem 10% da área de soja plantada no Estado foi colhida. Apesar do produto ainda não estar chegando com intensidade, a tendência é que aumente já a partir do final deste mês. Nesta quarta-feira (15) dezenove navios já aguardam ao largo (no line-up), para receber 1.205.368 toneladas de soja. Outras seis embarcações estão para chegar nesta semana para mais 372.000 toneladas. MANUTENÇÃO – Esses números foram alcançados mesmo com um berço a menos, devido à manutenção programada. A performance dos operadores foi suficiente para atender com tranquilidade e qualidade a demanda do último mês. Desde o final do ano passado, os berços do Correx – 212,213 e 214 – passaram por parada de manutenção programada. No último berço do cronograma, o 214, um dos carregadores de navios (shiploader 6) passou por ajustes maiores que exigiram que o berço fosse paralisado no período. “As manutenções que realizamos agora, de maneira bem minuciosa, além de ajustar os equipamentos, dão mais eficiência e segurança às operações por mais um ano de atividade e também reduzem as paradas corretivas ao longo do ano”, comenta Garcia. Os ajustes estão, também, na organização do fluxo do transporte das cargas que chegam do Interior e de outros estados.

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