Brasil
Na segunda-feira (3), a Secretaria de Comércio Exterior revelou os dados da Balança Comercial Preliminar de junho, com os dados de exportação, importação, balança comercial e corrente de crédito de todo o mês que havia finalizado. A balança comercial de junho teve um superávit de US$ 10,59 bilhões.
Foram verificadas exportações de US$ 30,09 bilhões no mês, com queda de -8,1%, comparado a junho de 2022. As exportações de trigo e centeio, não moídos, acumularam 4,192 toneladas por US$ 2,416 mil. Esse volume foi bem abaixo do mesmo mês do ano anterior, quando foram exportadas 36,3 mil t, ao valor de US$ 14.549,7 mil.
As importações de junho de 2023 tiveram queda de -18,2%, acumulando US$ 19,50 bilhões. Referente a entrada de trigo e centeio, não moídos, 317,6 mil toneladas foram importadas, ao valor de US$ 100.494,1 mil. Em junho de 2022, as importações dessa commodity totalizaram 627,49 mil t, a US$ 244.024,7 mil.
No Rio Grande do Sul, a safra de trigo segue em ótimo ritmo, com a semeadura de 65% da área planejada para o cereal. São estimados 1,5 milhão de hectares para 2023/24. No Paraná, até 3 de junho, 96% das lavouras haviam sido semeadas, com um grande potencial de fechamento dessa atividade nessa semana. As lavouras de trigo paranaense apresentam ótimas condições sanitárias (95%).
Os preços de trigo no mercado interno continuam baixos, apesar de uma leve valorização, no RS, nessa semana. Em junho de 2023, foram constatados os preços mais baixos desde janeiro de 2022. A média mensal de junho, apresentada pelo RS foi de R$ 1.260/t FOB e, no Paraná, R$ 1.384,89/t FOB, de acordo com dados do Cepea. A tendência no curto prazo é que os preços permaneçam em baixa devido a baixa liquidez do mercado e o avanço da nova safra, que já possui pontos de colheita em Goiás.
Argentina
A Bolsa de Cereales reduziu a área prevista para plantio do trigo na Argentina, em 100 mil hectares, ficando na expectativa 6,0 milhões de hectares para a safra 2023/24. A área esperada para esse ano ficou -2,0% menor que o estimado em 2022/23.
O ajuste foi feito pela equipe de especialistas da Bolsa, que acredita que a falta de umidade no centro-oeste da Argentina, Sul de Córdoba e Norte da Pampa Oeste de Buenos Aires, impactará a semeadura do trigo, pois são locais que não atingiram a quantidade de água suficiente para a implementação da cultura na janela permitida.
De forma geral, a Argentina possui ótimas/adequadas condições hídricas em 59% das áreas e regular/seca em 41%. Na semana anterior eram 60% das áreas em ótimas condições e, em 2022, a condição era encontrada em 62% das áreas.
A Bolsa de Cereales informou que a semeadura alcançou 71,9% das áreas estimadas, com 4,3 milhões de hectares com trigo no momento. A Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) estima 63% das áreas semeadas, com uma produção esperada em 16,2 milhões de t.
Apesar do bom andamento da safra, a BCR preocupa-se com a quantidade de trigo vendido até o momento. Foram apenas 3% do trigo da safra 2023/24 comercializados até a semana anterior, enquanto nessa mesma época em 2022, 41% já havia sido vendido. Os motivos podem estar relacionados à cautela dos comerciantes, referente as compras de trigo, aguardando que boas notícias sejam informadas pelas autoridades do país e que a safra não tenha episódios de seca e geadas, como o ocorrido no ano passado.
De acordo com a Secretaria de Agricultura, Ganaderia y Pesca (SAGyP), foram comercializadas apenas 609 mil toneladas de trigo para o mercado externo, da safra 2023/24. Para o mercado interno 3,4 mil toneladas. O total entre vendas internas e externas foi de 612,4 mil t.
Mercado Externo
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), revelou os relatórios de inspeções semanais para exportação de trigo, andamento da safra 2023/24 e vendas de trigo para exportação. A expectativa é que na semana atual, seja revelado o relatório de oferta e demanda mundial de trigo, que será informado pela AFNews em primeira mão.
As inspeções semanais para exportação de trigo, da safra 2023/24, totalizaram um volume de 336,34 mil toneladas, até 29 de junho. No total da safra, foram inspecionadas 1,904 milhão de toneladas de trigo. As cargas tiveram como destino Brasil, Japão, Coréia do Sul, Iêmen, México, entre outros.
O andamento de safra, divulgado pelo USDA, mostrou 37% das áreas de trigo de inverno colhidas na temporada atual, com um atraso de 9% em relação à safra anterior. As condições sanitárias do trigo de inverno são 6% excelentes, 34% boas, 31% regulares, 17% ruins e 12% muito ruins.
O trigo de primavera foi estabelecido em 51% das lavouras que adotaram a cultura, com condições sanitárias nas áreas em 2% excelentes, 46% boas, 40% regulares, 9% ruim e 3% muito ruim.
As vendas semanais de trigo para exportação, da safra 2023/24, totalizaram 405,8 mil toneladas. Os compradores estão localizados no México (111,4 mil t), Filipinas (108,4 mil t), Japão (71,8 mil t), Brasil (57,2 mil t) e Coréia do Sul (35,1 mil t). Referente a safra 2024/25, houve uma redução na compra de 3,0 mil toneladas pelo Equador.
As exportações semanais tiveram um volume de 306,2 mil toneladas, com destino a Coréia do Sul (87,1 mil t), Japão (71,5 mil t), Brasil (57,2 mil t), Filipinas (26,4 mil t) e Nigéria (23,1 mil t).
Na última semana houve flutuação nos preços futuros do trigo, principalmente na Bolsa de Chicago. Essa variação ocorreu devido às ameaças do governo russo em abandonar o Acordo de Grãos, o que pode desequilibrar a segurança alimentar global, e aos problemas climáticos enfrentados pelos principais produtores de trigo do mundo. Ainda não houve confirmação da continuidade ou cancelamento do acordo, que possui vigência até 17 de julho de 2023.
Após o feriado da Independência dos Estados Unidos (4), houve uma uma forte alta dos preços futuros do trigo na quarta-feira (5), que em seguida voltaram a cair, fechando a sexta-feira (7) em queda.