Milho Balanço Mensal – Mai/24: o que chamamos de mês “positivo” para os preços no Brasil

Os preços do milho no Rio Grande do Sul apresentaram uma variação mensal na saca de +6,36%, encerrando negociada à R$ 57,34.

Tempo de leitura: 4 minutos

| Publicado em 03/06/2024 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Milho Brasil

O mês de maio foi positivo para os preços do milho no mercado físico brasileiro, mas infelizmente, alguns acontecimentos que levaram a isto, não.

No país, o estado do Rio Grande do Sul passou por uma calamidade da natureza, onde fortes chuvas causaram enchentes na maioria das regiões produtoras, afetando principalmente a soja e o milho.

Além disso, o clima não foi nada favorável para o milho safrinha na região Sul do país, e já temos reduções confirmadas na produção do cereal para os estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Os preços do milho no Rio Grande do Sul apresentaram uma variação mensal na saca de +6,36%, encerrando negociada à R$ 57,34.

Para o estado do Paraná a alta foi ainda mais expressiva, com a saca variando no mês +8,34%, sendo negociada à R$ 53,03.

No mercado físico, os vendedores e compradores ficaram mais afastados. Por um lado, temos uma demanda mais enfraquecida no momento, por outro, os produtores seguram o seu cereal de olho nas condições climáticas que podem afetar a produção do milho safrinha.

Levando em consideração as quebras de safra no Paraná e Mato Grosso do Sul, uma nova estimativa foi feita para a safra brasileira pela Agroconsult, estimando agora um volume de 96,7 milhões de toneladas, cerca de 10,5% abaixo das estimativas anteriores.

No campo, a Conab atualizou que a colheita do milho safrinha foi para 1,1% da área total no país até a última semana do mês, um avanço semanal de 7 pontos percentuais.

Encerrando, na última segunda-feira (27) tivemos a atualização da Balança Comercial preliminar do mês, com dados da Secex até a 4° semana de maio.

Durante os 17 dias úteis contabilizados, foram exportadas 277,727 mil toneladas de milho não moído, exceto milho doce, representando 72,15% do volume total embarcado em todo mês de maio de 2023.

Milho Mercado Externo

Ao contrário do Brasil, os futuros do milho tiveram uma variação mensal negativa na bolsa de Chicago, com o contrato julho variando -0,98%, e o setembro -1,09%, movimento impulsionado principalmente na segunda quinzena do mês.

O mês de maio começou com atualizações que serviram como suporte para as cotações.

Na Argentina, tivemos mais uma redução nas estimativas produtivas do milho, e segundo a bolsa de Rosário o corte foi de 2,5 milhões de toneladas, com um volume agora previsto em 47,5 milhões de toneladas.

Na Ucrânia, o Ministério de Política Agrária informou que entre os dias 1 e 8 de maio foram exportadas apenas 1 milhão de toneladas de grãos, 600 mil toneladas abaixo do mês anterior em igual período.

Ainda do lado do suporte, tivemos na manhã daquela quinta-feira (09) a atualização das vendas semanais para exportação de grãos, informando que entre os dias 26 de abril e 02 de maio foram vendidas 889,200 mil toneladas de milho 2023/24, uma alta de 17% ante a semana anterior.

A primeira quinzena do mês trouxe também a atualização do relatório WASDE nos EUA, com dados para a safra 2023/24 e 2024/25.

No caso do milho 2023/24, a produção mundial teve um leve acréscimo nas estimativas para 1,228 bilhão de toneladas, com aumento no consumo e queda nos estoques finais.

Uma leve alta na produção foi estimada na Ucrânia, com um volume de 31 milhões de toneladas, enquanto na Argentina houve uma redução para 53 milhões e no Brasil para 122 milhões de toneladas.

Quanto as previsões para a safra 2024/25, a produção global foi estimada em 1,219 bilhão, destacando a redução nos números para a produção nos EUA para 377,46 mil toneladas.

No Brasil a previsão foi de uma produção de 127 milhões de toneladas, na Argentina 51 milhões e na Ucrânia 27 milhões de toneladas.

Quanto aos demais picos altistas, estes foram devido às fortes altas do trigo, que está passando por um momento de forte preocupação com relação a oferta mundial.

Pressionando as cotações na última semana, tivemos a liberação das vendas semanais para exportação de grãos nos EUA, com dados entre os dias 17 e 23 de maio.

No período, as vendas de milho totalizaram 810,100 mil toneladas para 2023/24, uma queda de 11% ante ao volume da semana anterior, destinadas para o México, Espanha, Japão, China e Colômbia.

Além disso, o avanço do plantio do milho no país também pressiona os futuros, que até o dia 26 de maio foi para 83% do total, um ponto percentual acima da média de 5 anos.

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