Fertilizantes: terremoto na Turquia abala a estrutura logística e portuária do país

O 4° maior importador global de N, Turquia, foi fortemente desestruturado com a ocorrência do abalo sísmico da última semana, que levou a paralização das atividades de transportes e importações

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 13/02/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

NITROGENADOS – Mercado aguarda ansiosamente pelo leilão indiano de compra de fertilizantes, que ainda não foi anunciado. O atraso é devido a falta de demanda dos agricultores indianos e à demora do Departamento de Fertilizantes, do governo indiano, em liberar o percentual do orçamento que será liberado para aquisição de ureia em 2023. A Índia é o país que mais importa fertilizantes nitrogenados do mundo, por isso suas decisões afetam diretamente o mercado.

Outro importante mercado demandante é os Estados Unidos, que ainda não fortaleceram as compras, pois os produtores aguardam redução dos preços.

Diante deste cenário, impulsionado pelos acontecimentos em 2 países compradores, os preços continuam reduzindo, semana a semana, valendo para a ureia e outros fertilizantes nitrogenados.

O terremoto ocorrido na última semana, na Turquia, afetou também o mercado de compra de fertilizantes, já que o acontecimento destruiu consideravelmente, parte da estrutura logística e industrial, com rodovias interditadas e comércio sem funcionamento. O porto de Iskenderun permanece fechado, impedindo a chegada de novas cargas.

Apenas no mercado asiático foram constatadas compras significativas, com o anúncio de um leilão para compra de 35 mil toneladas de SAM, pela Indonésia, 25 mil toneladas de ureia pelo Sri Lanka e 20 mil toneladas de SAM, por uma empresa privada da Índia.

No Porto de Paranaguá, a ureia foi cotada em US$ 363,00 a tonelada, com redução de US$ 19,00 / tonelada, dentro de uma semana.

AMÔNIA – Da mesma forma que a ureia, a amônia está com baixíssima demanda, impactando diretamente na redução dos preços. Foi constatado o fechamento para manutenção de uma planta da empresa Ma’aden, da Arábia Saudita. As empresas europeias atuam com aproximadamente 70% da capacidade, visto que a demanda diminui a cada semana, tanto na Europa, quando em outras praças.

FOSFATADOS – Também em baixa, pela fraqueza da demanda, os fertilizantes fosfatados estão com baixo volumes de negociação.

A Índia, sem demanda ao mercado externo, já possui estoque de DAP que atende os produtores. Na China, foram poucos os negócios na última semana, já que a demanda deve surgir no próximo trimestre.

Nos Estados, Unidos, os preços de fosfatados caíram, na última semana, já que as negociações estavam em baixo volume. É esperado que a demanda volte com o início da primavera, momento em que os produtores prepararão a terra para os novos cultivos.

No Brasil, o indicador do MAP fechou em US$ 655,00 a tonelada, no Porto de Paranaguá.

ENXOFRE – Conforme mostra a tendência do mercado de fertilizantes, o enxofre também está em queda da demanda em algumas praças. Apenas no Oriente Médio e na China os preços do fertilizante aumentaram, com o anúncio de leilões de compra.

O primeiro leilão anunciado é da Bangladesh BCIC, que deseja comprar 10 mil toneladas de ácido fosfórico, até o final de março. O segundo é da empresa indiana Coromandel, que firmou acordo com a Nutrien, no valor de US$ 1000,00 a tonelada de P2O5.

Os Estados Unidos pouco importaram enxofre, já que a produção interna tem abastecido os produtores do país. O contrato spot do enxofre em Tampa, está em US$ 130,00 a tonelada.

POTÁSSICOS – Os fertilizantes baseados em potássio estão seguindo a mesma tendência dos preços dos demais fertilizantes.

Na Europa, as condições climáticas dificultam a atividade agrícola, que preocupam os produtores, reduzindo a demanda por fertilizantes.

A empresa SHP South Harz Potash, que tem instalações na Alemanha, informou que irá construir uma planta para produção de 1 milhão de toneladas de MOP, a fim de suprir a demanda europeia.

Na Índia, a empresa BVFC – Brahmaputra Valley Fertilizer, anunciou compra de 100 mil toneladas de MOP, KCl, NPK e NP. Do mesmo país, a RCF – Rashtryia Chemicals and Fertilizers anunciou a compra de 40 mil toneladas de KCl. Ambas através de leilões.

TAGS:

Acesse todos os nossos conteúdos

Publicidade

Publicidade

Seja um assinante e aproveite.

Últimas notícias

plugins premium WordPress

Acesse a sua conta

Ainda não é assinante?