Fertilizantes: mercado aguarda chegada da primavera no Hemisfério Norte para subida da demanda por nitrogenados e fosfatados

As cotações permanecem baixistas, com a oferta superando a demanda, mas a chegada do plantio de primavera no Hemisfério Norte, promete movimentar o mercado

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 27/02/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

NITROGENADOS – O leilão indiano para compra de fertilizantes nitrogenados foi emitido, pela empresa estatal IPL. A intenção de compra foi de 1 milhão de toneladas de ureia, com entrega até o dia 1° de junho de 2023. A notícia não foi bem recebida por aqueles que esperavam uma mudança do cenário dos preços, pois o volume não será suficiente para dar um movimento altista às cotações, visto que não movimentará carga necessária para esvaziar os estoques de ureia do globo. Os possíveis ofertantes estão na Rússia e Oriente Médio, que tem volume suficiente para entregar a carga no prazo determinado.

No Brasil, completa-se metade da safrinha plantada, o que demonstra que o pico de compras de fertilizantes nitrogenados já passou. Na última semana a cotação subiu US$ 21/t, chegando aos US$ 357/t CFR.

No Egito, empresas conseguiram negociar várias cargas de fertilizantes nitrogenados, a preços atrativos, como US$ 388/t. Mas após o anúncio do leilão, as compras esfriaram.

Em relação à amônia, a demanda continua fria e os preços do gás natural estáveis, fazendo com que as cotações do produto desvalorizem. Dessa forma as empresas europeias não aumentaram a produção deste produto, já que não há justificativas para tal.

O contrato de Tampa, que é um dos principais indicadores de preço da amônia, firmando mensalmente entre Yara e Mosaic, foi firmado a US$ 590/t CFR, um valor bem inferior ao último contrato de 2022 (US$ 1.030/t CFR).

FOSFATADOS – O panorama dos fertilizantes fosfatados não difere muito dos demais, permanecendo baixista por mais uma semana. Foram poucas negociações e notícias que poderiam mudar o mercado.

Nos Estados Unidos, comerciantes e fabricantes aguardam a chegada da primavera para movimentar o mercado, já que produtores devem preparar o solo para o plantio da nova safra, mas até o momento não foram sinalizadas grandes vendas. A China encontra-se na mesma situação, com negociações mais lentas que o normal.

Na Europa, a quantidade ofertada permanece maior do que a demanda, mantendo as cotações em baixa.

O mercado aguarda também, notícias sobre o subsídio para fertilizantes na Índia, já que este valor inserido na economia, movimenta globalmente os preços.

No Brasil, o feriado de Carnaval impediu que as comercializações ocorressem normalmente.

ENXOFRE – O mercado de enxofre comportou-se de maneira individualizada, na última semana. Na China, os preços apresentaram valorização, com retorno da produção doméstica do S, e com a demanda prevista para aumentar nos próximos meses.

Já nos Estados Unidos e Canadá, segue a desvalorização dos preços, com baixo volume de negociações e ambos aguardando aumento da demanda no início da primavera. Enquanto o mercado local espera, o Canadá envia enxofre à China, com aumento de 20% do volume exportado ao país asiático, em 2022.

POTÁSSICOS – Para o KCl, o mercado aguarda o anúncio dos contratos anuais da China e Índia, países que realizam negociações por leilões. Ao atrasar a divulgação da intenção de compra, a Índia espera que os preços desvalorizem e cheguem ao patamar de US$ 450/t CFR, valor US$ 50/t CFR menor do que as ofertas recebidas. A Índia importa cerca de 4 milhões de t de KCl por ano e, a China, 7 milhões de t.

A empresa Pupuk, estatal da Indonésia, informou a compra de 200 mil tonelada de KCl, por leilão, no dia 22 de fevereiro.

Em 2023, a StoneX prevê redução nas exportações russas e bielorrussas de KCl, já que sofrem embargos comerciais dos países europeus e norte-americanos.

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