Os produtores rurais brasileiros estão segurando as compras de fertilizantes em outubro, dando a este mercado um momento de baixa liquidez. O momento não é o ideal para aplicação, devido a estiagem em alguns estados e chuva intensa em outros, desfavorecendo a movimentação de compra de insumos. Além disso, os compradores estão cautelosos em relação aos preços dos insumos, comprando apenas volumes que justifiquem esta ação, sem formação de estoques.
Por outro lado, as distribuidoras enfrentam problemas para entrega de fertilizantes nitrogenados, impulsionados pelas compras de última hora, que geraram atrasos na produção e entrega (logística). O produto não está chegando a tempo no campo, para aplicação.
Os preços não foram influenciados pelos problemas logísticos, mas quedas para a ureia são previstas para novembro e dezembro, já que é um momento de redução da demanda.
Ainda antes deste cenário de restrições de demanda ocorrer, houve um grande volume de fertilizantes entrando no país. Em setembro, foram importadas 3,976 milhões de toneladas de adubos e fertilizantes químicos, que acumulou um valor de US$ 1,226 bilhão.
Em setembro de 2022, haviam sido importadas 3,249 milhões de toneladas, portanto houve acréscimo de 22,4% em setembro. O valor desembolsado em set/22 foi de US$ 2,020 bilhões.
De janeiro a setembro de 2023, foram importadas 28,687 milhões de toneladas de adubos e fertilizantes químicos, pelo valor de US$ 11,615 bilhões. No volume total importado, houve decréscimo de 5,53% (30,367 milhões de toneladas).
Ainda sobre as importações, o navio Persistence Diva atracou no Porto de Paranaguá, trazendo 70.760 toneladas de sulfato de amônio. A movimentação apresentou um recorde de volume de fertilizante em um único navio em um cais público. O último registro, que foi batido, ocorreu em 21 de abril de 2023, com o desembarque de 64.199 toneladas a bordo do navio CSSC Bright.