Fertilizantes: aumento de demanda por ureia nos Estados Unidos gera valorização dos preços do insumo

Produtores do Hemisfério Norte encontraram condições climáticas adequadas para o preparo do solo e plantio da safra de primavera, aumentando a compra de fertilizantes

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 25/04/2023 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

UREIA E AMÔNIA – Os preços de ureia tiveram um aumento mundial, na última semana, devido a uma crescente de manda dos produtores norte-americanos, que vendo melhores condições climáticas para a fertilização do solo e plantio da safra de primavera, buscaram a compra dos insumos. Além deste fator, os preços de ureia aumentaram devido a movimentação de traders em cobrir as posições vendidas no mercado. O mesmo movimento não foi suficiente para aumentar os valores de amônia.

Ainda que o aumento tenha sido maior no início da semana passada, no final houve um enfraquecimento para a sustentação da situação altista, já que o mercado reconhece que os fatores que levaram a crescente são de curto prazo, e num momento seguinte, pode ocorrer desvalorização da ureia novamente.

Até maio, acredita-se que os preços fiquem neste comportamento, sendo que a expectativa decairá no próximo leilão indiano para a compra deste fertilizante, em meados de junho e julho. Além da Índia, outros potenciais compradores de ureia são Austrália, América do Sul e México, países mais ao sul do globo, que devem realizar a fertilização do solo na metade do ano.

Novas desvalorizações ocorreram no mercado de amônia nesta última semana, com valores aproximando-se dos US$ 300 / tonelada na Ásia. Gradualmente, os preços vão caindo, pois os vendedores esperam que assim apareçam compradores interessados em negociar. O único país interessado na compra de amônia, neste momento, é a Turquia, já que os demais possuem estoques até maio. A Turquia compra, porém, seleciona bem os fornecedores e negocia de forma a buscar sempre preços inferiores, reforçando o sentimento baixista do mercado.

FOSFATADOS – Com pouca negociação realizada na última semana, os preços de DAP e MAP seguem em baixa, com desvalorizações graduais. O único mercado que destoou dessa tendência foi o norte-americano, já que a movimentação de compra lá foi maior, alterando a dinâmica de cargas pelo Rio Mississippi e atingindo seu pico.

Os estoques indianos de DAP encontra-se muito elevados, com ausência da necessidade da compra de novos insumos. São cerca de 3,3 milhões de toneladas estocadas neste momento, com mais 900 mil toneladas programadas para chegada nos portos do país.

ENXOFRE – Como a demanda por fertilizantes que utilizam o enxofre como insumo está reduzida, também o mercado de enxofre sofre pressão negativa, portanto os preços seguem em queda.

O contrato de fornecimento de enxofre para refinadoras de petróleo, para o segundo semestre, realizado pela Mosaic e Nutrien, nos Estados Unidos, foi fechado a US$ 103/t, um valor US$ 27/t abaixo do contrato do primeiro semestre.

POTÁSSICOS – Apesar da demanda crescente nos Estados Unidos, o resto do globo não acompanha, com baixo volume de negociação na Europa e Ásia, mantendo as cotações em certa estabilidade.

No Brasil, as importações de potássio cresceram, o que pode ser um fator de estabilização dos preços nas próximas semanas. Este fator luta com o fato de que a Índia planeja reduzir o subsídio para compra de fertilizantes potássicos e de fósforo diamônico (DAP) na safra Kharif de 2023.

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