Fertilizantes: atualizações do mercado

Governo russo busca taxar exportação de fertilizantes, enquanto Brasil recebe carga de Belarus e quer aumentar a produção nacional

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 26/09/2022 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de Mercado

INTERNACIONAL – Na última semana o Ministério das Finanças da Rússia declarou que pode criar um imposto sobre a exportação de fertilizantes minerais que forem deixar o país. Ainda não foram determinados quais os valores das taxas, mas o assunto está sendo discutido internamente, e que, devem ser introduzidas dentro de seis meses. A criação da taxa servirá para arrecadar cerca de 100 bilhões de rublos para o Estado, cerca de US$ 1,7 bilhões.

Por outro lado, a criação desse imposto, preocupa as indústrias russas do material químico, pela possível diminuição da comercialização e, consequente, diminuição do lucro e investimentos dessas empresas.

Devido às sanções determinadas pelos Estados Unidos e Europa à Belarus, desde o início da guerra, a exportação de fertilizantes potássicos do país ficou atrasada. As empresas Belaruskali e Belarusian Potash Company sofreram paralizações na exportação. O Brasil sofreu parte dessas proibições devido ao país ser grande consumidor de fertilizantes, quando importava cerca de 3 milhões de toneladas ano dessa origem e não pode mais contar com esse volume. Recentemente Belarus conseguiu retirar parte de sua produção para destinação ao Porto de Paranaguá. O navio chegou no dia 08 de setembro com 28 mil toneladas de potássio e aguarda desembarque da carga, melhorando os estoques desse fertilizante no país.

Em relação aos mercados futuros de ureia granulada, os valores FOB Nova Orleans operaram em baixa, em relação à última semana, com variações positivas de 2,76% a negativas de 19,29% entre os contratos de set/22 a jun/23.

A ureia granulada FOB Oriente Médio também teve o mesmo comportamento, sendo que os valores dos contratos de set/22 a dez/22 operaram com quedas de -15% a -20%, comparados à última semana.

BRASIL – A empresa EuroChem Salitre anunciou no Congresso Brasileiro de Mineração que atingirá sua capacidade máxima de produção, em 2024, retirando 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano. Caso a afirmativa seja verdadeira a produção da empresa alcançará 15% da demanda nacional do insumo e as importações poderão diminuir. A mina produtiva da Salitre fica em Minas Gerais e tem capacidade de produção de 1,2 milhão de toneladas por ano de concentrado fosfático, 950 mil t/ano de fertilizantes granulados, 1 milhão de t/ano de ácido sulfúrico e 250 mil t/ano de ácido fosfórico.

Referente à cotação dos fertilizantes internalizados no Porto de Paranaguá, houve 0,71% de redução no valor da ureia granular, em relação à última semana, sendo que o valor foi de US$ 702 para US$ 697 por tonelada CFR. Também decresceu o valor do MAP e cloreto de potássio, de US$ 740 para US$ 712 por tonelada CFR (-2,4%) e de US$ 745 para US$ 708 (-2,6%), respectivamente.

Os valores que tiveram acréscimo, relativo à última semana, foram os de sulfato de amônio, em 11% (de US$ 302 para US$ 316 por tonelada CFR) e do nitrato de amônio em 10,2% (US$ 407 para US$ 439 por tonelada CFR).

Para essa semana são esperados, para chegada no Brasil, 5 navios carregados de diferentes tipos de fertilizantes (fosfatado, cloreto, nitrato de amônio, ureia, fertilizante e fósforo), com um volume total de 173 mil toneladas.

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