Farinha de Trigo: Recuos marginais observados na maioria das praças do país

Agentes do setor demonstram pouca confiança em uma recuperação no curto prazo. Moinhos seguem ampliando a oferta disponível, mas compradores avaliam que há espaço para novos recuos nos preços e postergam novas aquisições.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 05/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Farinha de Trigo

O mercado de farinha de trigo permanece sob forte pressão baixista, com agentes do setor demonstrando pouca confiança em uma recuperação no curto prazo. Na comparação com a semana anterior, as cotações registraram recuos, ainda que modestos, na maior parte das regiões monitoradas, exceto no Rio Grande do Sul. Frente à primeira semana do mês passado, as retrações médias no país alcançam 3% para a farinha tipo comum I, 2,6% para a farinha de panificação e 3,5% nas farinhas especiais.

Os moinhos adotam uma postura mais agressiva na comercialização, ampliando a oferta para acelerar o escoamento da produção diante do avanço dos estoques. Parte das indústrias tem trabalhado com preços resultantes de uma média entre o custo do cereal estocado e os valores vigentes no mercado, mesmo entre unidades que ainda não adquiriram trigo da safra atual.

As negociações continuam pontuais, conduzidas sobretudo por moinhos dispostos a reduzir margens e ofertar preços inferiores, o que reforça a percepção, por parte dos compradores, de que ainda há espaço para novas desvalorizações. Esse cenário leva muitos agentes a postergar as aquisições, à espera de patamares mais vantajosos.

Diante desse ambiente, algumas indústrias têm optado por desacelerar o ritmo de moagem e, em situações mais críticas, suspender temporariamente as operações. No atacado e no varejo, o movimento é semelhante: a comercialização segue moderada e a demanda permanece estável, mesmo com a proximidade das festividades de fim de ano. Assim, no curto prazo, não se observam sinais de reação pela via da demanda que sustentem um movimento altista.

Com relação a matéria-prima, os preços do trigo seguem pressionados. Entre os principais vetores desse movimento estão o avanço da colheita nacional, as perspectivas favoráveis de produtividade, a safra robusta na Argentina, a desvalorização do câmbio e o enfraquecimento das cotações internacionais.

No campo, as lavouras do Rio Grande do Sul apresentavam boas condições até cerca de duas semanas atrás. Entretanto, o excesso de chuvas deteriorou a qualidade dos grãos, restringindo seu uso para a farinha e ampliando a destinação ao segmento de ração. Há relatos de moinhos no Paraná que rejeitaram compras do trigo gaúcho devido à sua qualidade. A umidade elevada compromete a manutenção da integridade do produto, aumentando o risco de perdas qualitativas. Se essa tendência persistir, a necessidade de importação tende a se intensificar.

A companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que, até o dia 2 de novembro, 50,9% da área nacional havia sido colhida. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), até 3 de novembro, 88% da área cultivada havia sido colhida, com 83% das lavouras classificadas em boas condições e 17% em condição mediana.

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