Farelo de Trigo: Preços recuam no Sul e estabilidade prevalece no restante do país

Estoques cheios, moagem mais lenta e demanda enfraquecida mantêm pressão sobre o mercado. Contudo, há expectativas de recuperação da demanda durante as próximas semanas.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 24/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

O mercado de farelo de trigo registrou desvalorização durante a semana, especialmente na região Sul do país, com destaque para Paraná e Santa Catarina. Nas demais praças brasileiras, contudo, as cotações permaneceram praticamente estáveis, sem alterações significativas em relação a semanas anteriores.

No Sul, os moinhos relatam estoques elevados e têm recorrido a negociações abaixo da média de mercado com o objetivo de agilizar o escoamento da produção. A demanda regional segue retraída, concentrando-se, em grande parte, no cumprimento de contratos previamente firmados. Além disso, observou-se uma discreta desaceleração no ritmo da moagem.

Nas demais regiões, a procura por farelo demonstra sinais de recuperação, embora ainda insuficientes para sustentar movimentos consistentes de alta. Os produtos substitutos continuam exercendo pressão sobre as cotações, mas há expectativa de retomada, uma vez que a atratividade dessas alternativas vem diminuindo desde a segunda quinzena de setembro. Com a proximidade de outubro, espera-se uma maior disputa pelo insumo entre indústrias de ração e pecuaristas, o que tende a conferir sustentação altista às cotações.

No campo da matéria-prima, o mercado de trigo em grão permanece sob forte pressão, com negócios pontuais e preços fragilizados. Esse cenário é influenciado pelo avanço da colheita nacional, que, até 21 de setembro, já havia alcançado 23,2% da área cultivada, dez pontos percentuais acima da semana anterior, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Ao mesmo tempo, o fluxo de trigo argentino ganhou intensidade, favorecido pela recente desvalorização cambial, que ampliou a competitividade das importações. A pressão baixista foi intensificada pela decisão do governo argentino de suspender temporariamente, até 31 de outubro, as tarifas de exportação de grãos e derivados, abrangendo soja, milho, trigo e girassol. A medida, ainda que transitória, busca reforçar a competitividade externa do país vizinho e ampliar as reservas cambiais de seu Banco Central.

O cereal argentino, que responde pela maior parte da importação brasileira, tornou-se ainda mais atrativo para a importação, com preço CIF no Brasil em torno de R$ 1.427,56 por tonelada.

De modo geral, os produtores enfrentam custos superiores aos preços praticados, sobretudo no Paraná, enquanto os moinhos, relativamente bem abastecidos, não evidenciam urgência na recomposição dos estoques.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de setembro (15 dias úteis), o Brasil importou 293 mil toneladas de trigo e centeio não moídos, volume equivalente a 49,6% do total adquirido em todo o mês de setembro de 2024 (591 mil toneladas em 21 dias úteis).

FARELO DE TRIGO POR REGIÃO (preços a retirar – FOB)

No OESTE DO PARANÁ preços de negócios entre R$ 800/t a R$ 880/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 890/t FOB.

No NORTE DO PARANÁ os preços praticados no granel foram entre R$ 800/t a R$ 880/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 890/t FOB.

Na região de CURITIBA – PR e Campos Gerais, a cotação ficou em R$ 820/t a R$ 920/t FOB no granel, e no ensacado preço médio de R$ 940/t FOB.

Nos moinhos da grande SÃO PAULO – SP os preços praticados no granel ficaram em torno de R$ 730/t FOB a R$ 830/t FOB diferido, e o ensacado ficou em R$ 860/t FOB.

Nos moinhos do RIO GRANDE DO SUL, os preços em Porto Alegre a granel foram negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, volumes de negócio a R$ 840/t FOB.

Em Caxias do Sul volumes a granel negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, os preços praticados foram em média de R$ 840/t FOB.

Em SANTA CATARINA os preços praticados foram em média R$ 840/t a R$ 940/t FOB, no farelo a granel. Já no ensacado, os preços ficaram em torno dos R$ 940/t.

TABELA ATUALIZADA 24/09

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