A semana foi de muita volatilidade para o complexo da soja, com os derivados passando por ‘poucas e boas’ já no início de fevereiro.
O começo deste mês foi de muita tensão, a preocupação girava em torno da imposição efetiva de tarifas sobre o Canadá e o México, o que não aconteceu, e após negociações, a decisão foi postergada por mais um mês, trazendo alívio para os ativos, em especial o milho.
A decisão, no entanto, não se estendeu para a China, que levou os 10%, porém com medidas retaliadoras do lado chines focando no setor energético norte-americano, deixando o agro de lado neste primeiro momento, e trazendo alívio para a soja.
Entretanto, rumores de compras chinesas na Argentina novamente derrubaram as cotações. O gigante asiático voltou do seu feriado Lunar, e deve começar a realizar grandes aquisições de soja e farelo, e como a colheita está atrasada no Brasil, era esperado que essas compras fossem nos EUA, o que aparentemente não aconteceu.

Outro ponto que trouxe pressão para o complexo, é a melhora climática na América do Sul. Nesta semana boas chuvas estão chegando no Argentina, e um tempo mais seco para grande parte do Brasil, devendo favorecer o avanço da colheita brasileira para os próximos dias.
Na manhã desta sexta-feira (07) os futuros do farelo de soja recuavam para os principais contratos da bolsa de Chicago. Com o clima mais favorável na Argentina, não tinha muito para onde correr.

Tivemos também a atualização das vendas semanais para exportação de grãos nos EUA, com dados entre os dias 24 e 30 de janeiro.
No caso do farelo de soja safra 2024/25 foram vendidas 530,600 mil toneladas, alta de 29% ante ao volume da semana anterior e bem acima da média para quatro semanas. Os destinos foram as Filipinas, Guatemala, Venezuela, República Dominicana e México. As exportações no período somaram 466,800 mil toneladas, bem acima das semanas anteriores.
Foram vendidas 2 mil toneladas de farelo de soja safra 2025/26.
Quanto ao óleo de soja safra 2024/25, foram vendidas 2,200 mil toneladas, queda de 82% ante a semana anterior e de 92% ante a média de quatro semanas. Os destinos foram a Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Nicaragua e Haiti. As exportações no período foram de 48,100 mil toneladas, queda de 54% ante a semana anterior, mas alta de 24% ante a média de quatro semanas.

No Brasil, o atraso da colheita e problemas logísticos estão afetando diretamente as exportações brasileiras, que em igual período do ano anterior já tinham negociado a saída de grandes volumes da soja para a China, por exemplo.
A logística está um caos, com fretes muito elevados e congestionamentos no porto de Santos. Filas com até 3,5 mil caminhões se formaram na unidade de Rondonópolis, no Mato Grosso, que é operada pela Rumo, segundo nota da Associação Nacional do Transporte de Cargas (ANATC). O tempo de descarga pode demorar 24 ou até 48 horas.
Veja as atualizações nos preços dos derivados no Brasil:
- Rio Grande do Sul: R$ 1.820,00/t farelo de soja
- Mato Grosso: R$ 1.805,77/t farelo de soja
- Goiás: R$ 1.920,00/t farelo de soja
- Mato Grosso: R$ 5.972,50 ÓLEO DE SOJA