Derivados de Soja: Mercados ganham fôlego com reposicionamento de fundos e expectativas com projeções do USDA

No Brasil, exportações do farelo de soja entre janeiro e outubro é recorde. Óleo de soja, principal insumo da produção do Biodiesel, será fator impulsionador para geração de CBIOs nos próximos anos. Conab revisa estimativas de oferta e demanda para os derivados.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 14/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Derivados de Soja – Mercado Externo

Entre os dias 7 e 13 de novembro, os mercados internacionais de derivados de soja exibiram movimentos predominantemente positivos. Na Bolsa de Chicago (CBOT), o Óleo de soja com contrato para dezembro subiu 1,82% no comparativo semanal, encerrando o dia 13 cotado a US$ 50,25 por libra-peso, enquanto o vencimento de janeiro avançou 1,77%, negociado a US$ 50,96 por libra-peso.

O farelo de soja acompanhou a tendência altista de forma ainda mais expressiva. O contrato de dezembro acumulou valorização semanal de 5,02%, fechando a US$ 328,40 por tonelada, ao passo que o de janeiro teve incremento de 4,79%, atingindo US$ 330,30 por tonelada.

O movimento foi de recuperação nos preços após uma semana de baixa. Os agentes do mercado aguardam divulgação do novo relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), prevista para esta sexta-feira (14), após a pausa nas atualizações desde setembro. Investidores ajustam posições à medida que crescem as expectativas em torno das projeções de produção, consumo e estoques.

As expectativas de que o governo norte-americano encerre o shutdown fizeram com que os fundos e especuladores aumentassem seu apetite ao risco e incentivou a migração de capital para o conjunto das commodities agrícolas, energéticas e metálicas.

Derivados de Soja – Mercado Interno

No Brasil, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que o farelo de soja registrou queda nos embarques em outubro de 5,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 2,2 milhões de toneladas. O preço médio foi de US$ 326,9/tonelada, recuo de 18% na comparação anual. Já as exportações de óleo de soja caíram 14% no comparativo anual, com 89 mil toneladas, apesar do preço médio ter avançado 17%, para US$ 1.135,9/tonelada.

O destaque no acumulado anual vai para o farelo de soja, tendo em vista que o país exportou 19,6 milhões de toneladas do derivado entre janeiro e outubro, recorde para o período. A demanda segue aquecida, sobretudo por parte de novos países e/ou de destinos pouco tradicionais, como Espanha, Dinamarca, Bangladesh e Portugal. No Brasil, consumidores também estão mais ativos nas aquisições do derivado.

As exportações do farelo devem seguir firmes em novembro. Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) devem ser exportados no mês vigente um volume total de 2,47 milhões de toneladas, contra 2,23 milhões de toneladas estimadas na semana anterior e 1,73 milhões de toneladas um ano antes.

O mercado de créditos de descarbonização (CBios) deverá ter um avanço gradual de títulos nos próximos anos. Segundo a StoneX, a previsão é de geração de 43 milhões de créditos em 2025 (aumento de 1,4% em relação a 2024) e 45,1 milhões em 2026, acompanhando avanço na demanda por biocombustíveis. O Biodiesel é um dos principais impulsionadores desse avanço, tendo em vista a continuidade do ritmo de produção atual do biodiesel B15 (mistura de combustível com 15% de biodiesel e 85% de diesel mineral) no país, que tem como principal insumo de produção o óleo de soja. O crescimento poderia ser ainda maior caso houvesse a adoção do B16.

As novas estimativas da Conab para o balanço de oferta e demanda da safra 2025/26 indicam ajustes relevantes na produção e no comércio de derivados de soja. Para o farelo, a autarquia projeta produção nacional de 45,73 milhões de toneladas, volume inferior ao cálculo anterior, mas ainda 1,6% superior ao registrado no ciclo precedente. O consumo doméstico deve alcançar 20 milhões de toneladas, incremento de 2,6% frente à temporada passada e sem alterações em relação à previsão divulgada anteriormente. No campo externo, as exportações foram revisadas para 24,69 milhões de toneladas, avanço anual de 4,6%, embora abaixo da estimativa anterior. Os estoques finais devem atingir 6,46 milhões de toneladas, alta de 18,2% no comparativo anual, mas também com leve redução ante o relatório de outubro.

No caso do óleo de soja, a Conab estima produção de 11,9 milhões de toneladas, aumento de 1,4% em relação à safra passada, porém abaixo do volume esperado no mês anterior. O consumo interno está projetado em 10,63 milhões de toneladas, crescimento de 1,2% e ligeiramente superior ao indicado na estimativa de outubro. As exportações permanecem inalteradas em 1,4 milhão de toneladas, enquanto os estoques finais seguem com a mesma projeção, recuando 1,6% ante o ciclo anterior, para 359 mil toneladas.

Veja as atualizações nos preços dos derivados no Brasil:

•             Rio Grande do Sul: R$ 1.490,00/t farelo de soja

•             Mato Grosso: R$ 1.581,73/t farelo de soja

•             Goiás: R$ 1.570,00/t farelo de soja

•             Mato Grosso: R$ 6.330,14 ÓLEO DE SOJA

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