Derivados de Soja: Farelo e Óleo enfrentam semana de desvalorização

Políticas energéticas nos EUA e dinâmica da demanda no Brasil moldam o cenário de preços.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 05/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

A semana chega ao fim marcada por forte pressão negativa no mercado internacional de derivados da soja. Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros do óleo de soja encerraram o período em retração: o vencimento de setembro recuou 0,47%, negociado a US$51,23/libra-peso, enquanto o contrato de outubro caiu 0,37%, cotado a US$51,51/libra-peso.

No segmento do farelo de soja, a desvalorização foi ainda mais acentuada. Os futuros apresentaram perdas expressivas no comparativo semanal, com o contrato de setembro registrando queda de 1,48%, a US$279,49/tonelada, e o de outubro recuando 1,16%, para US$280,10/tonelada.

Entre os fatores de pressão, destacam-se as incertezas relacionadas à política de biocombustíveis dos Estados Unidos. O novo mandato de biodiesel para 2026 prevê a ampliação da mistura para 5,6 bilhões de galões, frente aos 3,3 bilhões anteriormente definidos. Entretanto, surgem dúvidas quanto à viabilidade da medida, além das discussões em torno das regras da Agência de Proteção Ambiental (EPA) sobre isenções para pequenas refinarias e o uso de matérias-primas importadas.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também divulgou a atualização das vendas semanais de grãos, referentes ao período de 15 a 21 de agosto.

No caso do farelo de soja safra 2024/25, foram comercializadas 47,7 mil toneladas, volume 4% superior ao da semana anterior, mas 34% inferior à média das últimas quatro semanas. Para a safra 2025/26, os embarques totalizaram 214,8 mil toneladas, com destino à Colômbia, Filipinas, México, Venezuela e Canadá.

Já as exportações no período somaram 198,1 mil toneladas, recuo de 25% em relação à semana anterior e de 35% ante a média mensal.

Quanto ao óleo de soja 2024/25, as vendas atingiram 11,4 mil toneladas, superando tanto o volume da semana anterior quanto a média de quatro semanas, tendo como principais compradores Venezuela, Colômbia, México, Panamá e Canadá.

Por outro lado, as exportações semanais totalizaram apenas 3,8 mil toneladas, queda de 23% frente à semana anterior e de 60% em relação à média de quatro semanas.

No mercado brasileiro, os agentes acompanham de perto o equilíbrio entre oferta e demanda. O farelo segue pressionado pelos elevados estoques domésticos, enquanto o óleo encontra sustentação na firme demanda interna e internacional.

Desde o dia 1 de agosto, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou a obrigatoriedade da mistura de 15% de biodiesel ao diesel fóssil, medida que visa reduzir a dependência de importações e as emissões de poluentes.

Vale destacar que mais de 60% do óleo de soja produzido no país é direcionado ao setor de biodiesel, fator que vem servindo de suporte às cotações. Além disso, o óleo se mantém como o principal gerador de receita no esmagamento, o que pressiona ainda mais o mercado do farelo, atualmente operando nos níveis mais baixos dos últimos dez anos.

Veja as atualizações nos preços dos derivados no Brasil:

  • Rio Grande do Sul: R$ 1.560,00/t farelo de soja
  • Mato Grosso: R$ 1.536,30/t farelo de soja
  • Goiás: R$ 1.555,00/t farelo de soja
  • Mato Grosso: R$ 6.417,56/t Óleo de soja

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