Café Brasil
Durante o mês de julho as exportações de café não torrado, segundo os dados da Secex, totalizaram um volume de 140,454 mil toneladas, quase atingindo o número de 146,797 mil toneladas exportadas nesse mesmo mês do ano anterior.
Apesar das exportações ainda não apresentarem novos recordes, é esperado que o ritmo das vendas acelere ao longo dos próximos meses, principalmente após o país finalizar a colheita e definir o tamanho da sua nova safra.
Segundo a Cooxupé, até o final do mês de julho foram colhidas cerca de 66,50% das áreas plantadas pela cooperativa, indicando que os trabalhos nos campos estão 3,7 pontos percentuais adiantados ante a esse mesmo período do ano anterior. Os destaques foram para a região de São Paulo com 81,39% da área finalizada, sul de Minas Gerais com 72,37%, Mata de Minas com 72% e Cerrado Mineiro com 54,14%.
Com as condições climáticas favoráveis para a colheita, os preços da saca de café arábica encerraram o mês com novas quedas para as principais regiões produtoras. Em Minas Gerais, a variação mensal foi de -3,11%, com a saca saindo de R$835,50 para R$809,50. Entretanto, apesar da variação negativa o suporte se manteve firme ao longo desse período.
Quando comparamos com o mês anterior, é possível observar que dessa vez os preços tenderam a estabilidade, operando até mesmo no campo positivo em diversos momentos. Isso ocorreu pois, apesar da colheita mais acelerada, vários cafeicultores informaram a ocorrência de floradas prematuras no campo, preocupando o mercado e o próprio produtor quanto ao volume para a safra em 2024.
Para os indicadores da Esalq a variação mensal foi positiva, com o café arábica variando +1,27% e o café do tipo robusta +1,18%.
Café Mercado Externo
No mercado externo, contamos com uma variação mensal positiva para os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York, onde o contrato setembro (KCU3) variou +1,32% em julho, encerrando a sessão do dia 31 cotado a 164,65 cents/lp.
Apesar disso, a volatilidade permaneceu durante todo o período, com a commodity sendo fortemente influenciada pelo cenário macroeconômico, preocupação com a oferta e demanda mundial, e pelo dólar. Vale lembrar que quando o dólar passa por uma forte valorização, as commodities tendem a seguir na direção oposta, em desvalorização.
Falando sobre a Colômbia, segundo maior produtor mundial de café arábica, sabemos que o país importou 1,738 milhão de sacas de café do Brasil, representando uma alta de 39% nas suas compras ante ao ano anterior! Com o clima adverso na região, a produção do café está sendo afetada, interferindo assim não apenas nas exportações, como também na necessidade de aquisição do produto para o consumo interno.
Os estoques de cafés certificados na ICE Futures US enceraram o mês de julho com 528.752 sacas, apresentando uma queda mensal de 15.843 sacas.
Quanto aos futuros do café robusta, o mês foi negativo lá na Bolsa de Londres, com o contrato setembro (RCU3) variando -4,69%, mesmo com uma oferta mundial mais apertada para o produto.