Trigo Mercado Externo: Preços recuam nas principais bolsas globais

Estoques elevados, safra recorde em países-chave e movimentações governamentais reforçam pressão baixista no mercado internacional.

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 25/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Trigo – Mercado Externo

O mercado internacional de trigo encerrou a quarta-feira (24) em queda, refletindo a pressão exercida pelo cenário de elevada oferta global. Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos do trigo soft red winter (SRW) apresentaram desvalorização: o vencimento de dezembro recuou 0,19%, cotado a US$ 5,19/bushel, enquanto o de março caiu 2,07%, para US$ 5,38/bushel.

Situação semelhante foi observada na Bolsa de Kansas, onde os contratos do trigo hard red winter (HRW) também fecharam no negativo. O contrato de dezembro caiu 0,94%, a US$ 5,06/bushel, e o de março perdeu 0,79%, sendo negociado a US$ 5,28/bushel.

O excesso de produção e os estoques volumosos continuam sustentando a pressão baixista. A produtividade das colheitas permanece acima da média, com avanço significativo da safra nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA), até 21 de setembro, a colheita de trigo de primavera estava 96% concluída nos seis estados das Planícies do Norte e do Noroeste Pacífico, regiões tradicionais do cultivo do cereal.

O USDA também divulgou o relatório semanal de vendas referente ao período de 12 a 18 de setembro. As negociações da safra 2025/26 totalizaram 539,8 mil toneladas, um crescimento expressivo de 43% em relação à semana anterior e de 37% frente à média mensal. As Filipinas, Itália, Indonésia, Japão e Bangladesh se destacaram como principais compradores.

No mesmo intervalo, as exportações somaram 896 mil toneladas, volume 16% superior ao registrado na semana anterior e 18% acima da média das últimas quatro semanas, com destaque para embarques destinados a Filipinas, Indonésia, México, Venezuela e Vietnã.

No que se refere à qualidade, o laboratório de análise de trigo vermelho duro de primavera da Universidade Estadual da Dakota do Norte avaliou 341 das 449 amostras previstas (76%) até 19 de setembro. Os testes confirmaram que a atual safra mantém a classificação de “Trigo de Primavera do Norte nº 1”, mesma nota obtida no ciclo anterior e em conformidade com a média dos últimos cinco anos.

Na Índia, o Ministério da Agricultura projetou uma produção recorde de 117,5 milhões de toneladas para 2024/25, representando aumento de 3,7% frente ao ciclo anterior. Esse excedente levou o governo a considerar a flexibilização da proibição de exportações de derivados, como farinha e sêmola, reforçando a estratégia de ampliar a participação do país no comércio agrícola mundial.

Na Rússia, o Instituto de Estudos de Mercado Agrícola (IKAR) revisou para cima a projeção de safra, estimando agora 87,5 milhões de toneladas para 2025, contra 87 milhões na estimativa anterior. O potencial exportador também foi ajustado, passando de 44 milhões para 44,1 milhões de toneladas. Com a colheita se aproximando da conclusão, os relatórios indicam avanço tanto em produtividade quanto em qualidade do trigo russo.

Na Argentina, o governo anunciou no início da semana a suspensão temporária das tarifas de exportação sobre grãos e derivados, incluindo o trigo, que possuía alíquota de 9,5%. A medida, prevista para durar até o fim de outubro ou até que os registros de embarque atingissem US$ 7 bilhões, foi revogada em apenas 48 horas, após a meta ser rapidamente alcançada, impulsionada pela forte demanda chinesa por soja. Com isso, as tarifas foram restabelecidas já nesta quinta-feira (25).

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