A cotação do milho segue se desvalorizando no Brasil, mediante a pressão da colheita da safrinha, que tem aquecido a oferta do cereal no mercado doméstico, bem como, pelas baixas consecutivas essa semana presenciadas na Bolsa de Chicago.
Nesta manhã de quinta-feira (21), os índices recuavam acima de 2% no exterior, mediante a um cenário mais favorável de chuvas no Cinturão do Milho norte-americano, o que poderia amenizar o estresse térmico severo dos últimos dias, onde o clima estava quente e seco, impactando no desenvolvimento das lavouras.
Enquanto isso no Brasil, as principais regiões produtoras do milho seguem avançando na colheita da segunda safra. Por outro lado, conforme a retirada do cereal vai sendo concluída no campo, novos dados de produtividade são levantados pelas entidades e alguns, não são muito animadores.
Safrinha 2022 no Paraná
No Paraná, o relatório semanal do Departamento de Economia Rural (Deral) publicado na última terça (19), apontou que 30% das lavouras de segunda safra já foram colhidas no estado. Enquanto isso, 79% da área está em maturação e os 21% restantes seguem em frutificação.
Do lado da qualidade dessas áreas, os técnicos do Departamento classificaram 72% das lavouras como em boas condições, 21% em médias e 7% em ruins.
Detalhando as regiões paranaenses, os técnicos do Deral destacam que a colheita da safrinha avança lentamente na Região Norte em função da alta umidade dos grãos, além de apresentar perdas devido ao ataque de cigarrinhas, que deixam as produtividades ao redor das 83 sc/ha em Maringá.
Nas regionais Oeste e Centro-Oeste a colheita segue avançando com produtividades abaixo do esperado em razão do ataque severo de cigarrinhas, da incidência de giberela e da ocorrência de geadas.
Outra região que registra queda de produtividade é a Sul, onde o município de Pitanga colhe em torno de 80 sc/ha e Laranjeiras do Sul entre 33 e 125 sc/ha. “À medida que a colheita avança a tendência é que se agravem as perdas devido ao ataque de cigarrinha e também a ocorrência de geadas”.
A Região Sudoeste também acelerou a colheita que estava lenta, mas os produtores seguem colhendo com umidade acima do ideal, próxima de 25%. “As produtividades estão declinando com a evolução dos trabalhos, como esperado após os problemas com cigarrinhas e com as geadas”.
Em âmbito geral no país, dados da Conab reportados na última terça (19), apontam que até o dia 16 de julho, a colheita do milho safrinha havia chegado a 49,2% das áreas cultivadas no Brasil nesta temporada. Os estados mais adiantados são: Mato Grosso (85%), Tocantins (60%), Maranhão (40%), Goiás (39%), Piauí (30%) e Paraná (30%).