Milho – Mercado Externo
Na segunda-feira (29), os contratos futuros de milho na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana com movimentação próxima à estabilidade. O vencimento de dezembro registrou leve recuo de 0,14%, cotado a US$ 4,21 por bushel, enquanto o contrato de março caiu 0,05%, encerrando a sessão a US$ 4,38 por bushel.

O ritmo acelerado da colheita nos Estados Unidos, favorecido pelo clima seco, exerce pressão baixista sobre os preços. Por outro lado, a demanda firme pelo cereal garante suporte às cotações. O mercado acompanha com expectativa a divulgação do boletim trimestral de estoques de grãos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), prevista para este dia 30.
Segundo o USDA, até 28 de setembro, a colheita da temporada 2025/26 avançou de 11% para 18% da área cultivada, resultado inferior ao registrado no mesmo período do ano anterior (20%) e também abaixo da média dos últimos cinco anos (19%). Em relação às condições das lavouras, 66% foram classificadas como boas ou excelentes, 24% regulares e 10% ruins ou muito ruins, mesmo patamar da semana anterior. No mesmo intervalo de 2024, os percentuais eram de 64%, 24% e 12%, respectivamente.
No comércio exterior, até 25 de setembro, as inspeções de embarques somaram 1,527 milhão de toneladas, aumento de 10,2% frente à semana anterior e de 32,9% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano comercial, os embarques totalizam 5,096 milhões de toneladas, representando incremento de 52,1% sobre igual intervalo do ciclo anterior, quando haviam alcançado 3,350 milhões de toneladas.
Milho – Mercado Interno
No Brasil, as cotações futuras também permaneceram praticamente estáveis, com variações pouco expressivas. Na B3, o contrato de novembro encerrou a R$ 66,11 por saca, recuo de 0,17% no comparativo diário, enquanto o vencimento de janeiro foi negociado a R$ 69,04 por saca, queda de 0,07%. O Indicador Esalq/B3 (Cepea), referência em Campinas, manteve-se em R$ 64,36 por saca, sem alteração em relação à sessão anterior.

No mercado físico, o preço médio em Santa Catarina foi de R$ 60,80 por saca. No Paraná, a média ficou em R$ 52,80, enquanto em Minas Gerais foi registrada a cotação de R$ 60,63 por saca.

Nos últimos dias, o cereal perdeu fôlego, refletindo a postura retraída dos compradores, que alegam possuir estoques suficientes. Do lado da oferta, os produtores, focados na semeadura da safra de verão e ainda com parte relevante da segunda safra armazenada, reduziram o ritmo das negociações. Estima-se que cerca de 60 milhões de toneladas de milho da safra passada ainda estejam disponíveis, o que garante abastecimento confortável para indústrias de ração e etanol, mantendo os negócios concentrados em operações regionais.
Nos portos, a combinação entre a taxa de câmbio e a procura internacional sustentou as cotações, mas em níveis considerados aquém das expectativas do mercado. Além disso, o programa de exportações brasileiro segue em ritmo mais lento, diante da perda de competitividade do milho nacional no cenário externo.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, até a quarta semana de setembro (20 dias úteis), as exportações alcançaram 6,63 milhões de toneladas, superando em 3,3% o total embarcado em setembro de 2024, quando foram registradas 6,42 milhões de toneladas em 21 dias úteis.

No campo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que, até 28 de setembro, 26,8% da área prevista para o milho já havia sido semeada. No Rio Grande do Sul, as chuvas recentes favoreceram a germinação e a emergência das plantas, além de possibilitar a realização dos tratos culturais no momento adequado. As temperaturas mais baixas da semana também auxiliaram na redução da pressão de pragas.
No Paraná, o plantio avança em ritmo acelerado, embora algumas áreas do norte do estado apresentem sintomas de déficit hídrico em função da irregularidade das chuvas.
Em Santa Catarina, a semeadura segue dentro do calendário, beneficiada pela boa umidade do solo e elevada luminosidade, garantindo condições favoráveis ao desenvolvimento inicial da cultura. A pressão de pragas, por enquanto, é considerada baixa.