A um bom tempo estamos acompanhando os futuros do café caírem lentamente nas principais Bolsas ao redor do globo, com as cotações constantemente pressionadas pelo cenário macroeconômico, e a tendência de uma relação desequilibrada na balança mundial da oferta e demanda.
Acontece que mesmo com a recente fala do Fed, indicando que não poderá não haver novas altas de juros nos EUA, o clima no Brasil e o ritmo nas exportações/importações nos demais países ainda preocupam.
Com a melhora das previsões meteorológicas no Brasil, maior produtor e exportador mundial de café, tivemos uma rodada de vendas dos futuros do café arábica pelos fundos, intensificando a pressão na commodity e levando as cotações do arábica a atingirem o menor patamar em 9 meses na Bolsa de Nova York.
O contrato dezembro (KCZ3) caiu para 146,05 cents/lp, com a ausência de um novo suporte para segurar as cotações.
Falando um pouco do café robusta, os futuros recuaram para a mínima de 6 meses na Bolsa de Londres, com a atenção voltada para o Vietnã, maior produtor e exportador mundial de robusta.
Segundo dados do governo, as exportações de café vietnamita tiveram uma queda de 8,3% nesses nove primeiros meses do ano, quando comparamos com o mesmo período de 2022. A preocupação com a demanda assola o mercado, assim como a entrada da nova safra naquele país.
Voltando a falar no Brasil, a Secex atualizou os dados da Balança Comercial preliminar até a 1° semana de outubro, onde o café não torrado acumulou um volume de 50,780 mil toneladas, representando 25,4% do total exportado durante todo esse mês em 2022. A média diária dos embarques foi de 10,156 mil toneladas.