O contrato dezembro na ICE (KCZ2), encerrou a sessão de quinta-feira (27) cotado a 178,85 cents/lp, recuando -0,80% no dia. Acumulando uma queda de -22,18% em 12 sessões seguidas, os futuros do café arábica seguem ladeira abaixo. Na última vez eu havia comentado que já está na hora de pisar no freio e até que os preços estão tentando. Neste dia 27, o contrato dezembro testou novas altas pela manhã, atingindo 183,57 cents/lp, mas logo foi jogado novamente ao chão.
No mercado doméstico brasileiro, os preços têm quedas de até -4% em algumas praças! Esse é o caso de Poços de Caldas/MG, onde a saca da bebida dura tipo 6, bica corrida, está valendo R$1.090,00. Os produtores estão inseguros para negociar seus grãos.
Até o momento, segundo os dados da Cecafé, as exportações brasileiras do café somam um volume de 2,966 milhões de sacas, representando uma leve alta ante ao mesmo período do ano anterior, o qual somava 2,833 milhões de sacas de 60kg, ou seja, ainda temos demanda! Além disso, os estoques certificados da ICE estavam, até este dia 27, com apenas 385.465 sacas e caindo.
Auxiliando no suporte aos preços, nesta semana, a região Sul de Minas Gerais e o Espírito Santo sofreram com uma chuva de granizo que afetou os cafezais locais. Em conversa com produtores da região, as pedras de gelo danificaram gravemente as folhas. Ainda acreditam que o Brasil terá uma safra recorde de café em 2023? Para novembro, as previsões são de temperaturas abaixo do normal no Sul, o La Niña não para mesmo.
Pressionando os preços do café, o cenário macroeconômico permanece no radar. Aumento da inflação global, alta nas taxas de juros dos EUA e Europa, guerra entre Rússia e Ucrânia…já falei muito sobre esses assuntos. Estamos passando por um momento em que a resiliência do café será novamente testada. Quais são as suas apostas?
