É isso mesmo, os futuros do café arábica caíram para uma mínima de 15 meses! Para quem estava acompanhando a alta para mais de 200 cents/lp, essa reversão nas cotações preocupa. Nesta terça-feira (25), o contrato dezembro na ICE (KCZ2) acumula uma queda de 10 sessões seguidas, somando -18,2% cotado a 184,20 cents/lp.
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As tensões macroeconômicas e geopolíticas ao redor do globo estão impactando negativamente nos ativos de risco, em especial o café e o algodão. Com o aumento nas taxas de juros americana e a crise energética na Europa, a pressão sobre a ideia de uma redução no consumo mundial do café está cada vez maior.
Todos sabemos que essa commodity aguentou bem durante a pandemia da covid-19 então, o que mudou desta vez? Essa é exatamente a questão, acabamos de passar por uma pandemia e nem todos estão recuperados dos danos, assim, o temor de uma recessão econômica e as tensões entre a Rússia e a Ucrânia tornam-se um “a mais” que acumula forte pressão em feridas já existentes.
Outro fator de pressão aos preços está nas chuvas registradas no Brasil, maior produtor mundial de arábica, que está favorecendo as floradas e produção cafeeira. O USDA estima uma produção brasileira de café arábica de 41,5 milhões de sacas, uma oferta farta que justificaria o movimento dos preços. Entretanto, tenho conversado com alguns cafeicultores e a realidade não parece ser essa. Ainda veremos revisões de safra pela frente.
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Nesta segunda-feira (24), o Ministério da Economia atualizou os dados das exportações brasileiras para as 3 primeiras semanas do mês, com o café apresentando uma redução de -46 mil toneladas. Os estoques de café certificados na ICE tiveram uma nova redução, com um volume atual de 390 mil sacas, atuando como suporte aos preços.
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No mercado físico do Brasil, os preços das sacas seguem em queda. Na sexta-feira (21), a bebida “dura” ,bica corrida, 20% catação valia R$1.000,00 em Vitória e a bebida tipo 6 valia R$1.058,00 em Minas Gerais.
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