Os futuros da oleaginosa na Bolsa de Chicago acumulam uma alta na semana de +2,70% para o contrato janeiro (ZSF3), cotado a US$ 14,76 por bushel. A soja foi na carona dos seus derivados, que tiveram valorizações significativas nos últimos dias. Além disso, fundamentos da oferta e demanda foram sentidos com maior intensidade pelo mercado.
No lado da oferta, uma forte apreensão vem do clima na Argentina e sul do Brasil. Os efeitos do 3° La Niña consecutivo estão sendo sentidos em importantes regiões produtoras. Estudo meteorológicos apontam que as temperaturas podem ultrapassar 40°C em alguns pontos do país argentino. Além dos riscos de incêndio, as lavouras de soja e milho já semeados estão ficando comprometidas, assim como os atuais trabalhos no campo.
Ainda naquele país, segundo o Ministério da Agricultura, a comercialização da soja safra 2021/22 havia alcançado 74,2% até a semana passada. Após o dia 27, o movimento ganhou ritmo com a retomada do programa ‘dólar soja’ e entre os dias 24 e 30 as vendas reportadas da soja argentina foram de 556,6 mil toneladas.
No lado da demanda, é claro que vamos falar da China. Apesar da preocupação do gigante asiático com o aumento dos casos de Covid-19, o relaxamento nas políticas está acontecendo e o consumo tende a crescer neste final de ano. Para alimentar todos os seus suínos e atender a demanda de carnes, eles precisam se atentar para a produção de ração.
Nessa linha de pensamento e, sabendo das condições climáticas na Argentina, maior exportador mundial de farelo e óleo de soja, e no sul do Brasil, já ouvi falar que a China está se abastecendo e já comprou mais de 15 barcos de soja nesta semana. Alguns barcos saíram aqui do Brasil.
No estado do Mato Grosso do Sul, o plantio de soja brasileira foi concluído e as condições das lavouras com boas condições somam 97% das áreas e condições regulares apenas 3%.
Ainda nesta semana, a Conab liberou o seu 3° levantamento de Safra 2022/23, estimando uma produção de soja de 153,48 milhões de toneladas, com exportação de 96,59 milhões de toneladas.
Nos EUA, o USDA atualizou os dados das vendas semanais de grãos para exportação e entre os dias 25 de novembro a 01 de dezembro o volume de soja vendido foi de 1,716 milhão de toneladas, em sua maioria para a China que comprou 839,600 mil toneladas.
