Soja – Mercado Externo
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta quarta-feira (15) em terreno neutro. O vencimento de novembro permaneceu inalterado, cotado a US$ 10,06 por bushel, enquanto o contrato de janeiro também não apresentou variação, sendo negociado a US$ 10,24 por bushel.

O mercado segue condicionado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Washington anunciou a aplicação de tarifas de US$ 50 por tonelada sobre embarcações chinesas, com aumentos graduais previstos até 2028. Pequim reagiu impondo taxas de US$ 56 por tonelada aos navios norte-americanos, igualmente com escalonamento até 2028.
A Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (NOPA) divulgou que o volume de soja processado nos Estados Unidos em setembro atingiu 5,38 milhões de toneladas, superando todas as projeções de mercado, que giravam em torno de 5,07 milhões. Os estoques de óleo de soja chegaram a 1,243 bilhão de libras, também acima da média esperada de 1,22 bilhão. Apesar do acréscimo de 16,6% em relação a setembro de 2024, este já é o nono mês consecutivo de redução nas reservas do produto.
Mesmo com as limitações impostas pelo shutdown do governo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as inspeções de embarques realizadas até 9 de outubro. O volume totalizou 994 mil toneladas de soja, representando alta semanal de 26,9%, mas retração expressiva de 47,9% frente ao mesmo período do ano anterior. No acumulado do atual ano comercial, as inspeções de exportação somam 4,04 milhões de toneladas, número 26% inferior ao registrado no mesmo intervalo de 2024 (5,46 milhões). A queda reflete diretamente a menor presença da China nas compras norte-americanas, reduzindo o ritmo das exportações.
Soja – Mercado Interno
No ambiente doméstico, o Indicador Esalq/B3 (Cepea) acompanhou a estabilidade observada nas bolsas internacionais. Em Paranaguá (PR), a saca foi negociada a R$ 138,26, sem variações. No Paraná, o recuo foi marginal, de apenas R$ 0,06, encerrando o dia a R$ 133,29 por saca.
No mercado físico, as cotações apresentaram comportamento misto entre as praças acompanhadas. As valorizações mais expressivas ocorreram no Paraná (+0,6%), onde a saca foi comercializada em média por R$ 121,16, e em Santa Catarina (+0,4%), com média de R$ 124,77. As retrações mais acentuadas foram registradas em Minas Gerais (-0,8%), com preço médio de R$ 128,50, e no Mato Grosso (-0,2%), a R$ 118,80 por saca.

A sustentação dos preços segue ancorada pela firmeza da demanda interna e pelo avanço regular do plantio da safra 2025/26. No curto prazo, o quadro de estabilidade tende a prevalecer. Os prêmios de exportação permanecem robustos, impulsionados pela demanda chinesa, com diferenciais superiores a 200 pontos, o que favorece a realização de novos negócios. Nesse contexto, o produto brasileiro mantém-se altamente competitivo no mercado externo.

Segundo o mais recente boletim de oferta e demanda da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de soja para a safra 2025/26 está estimada em 177,6 milhões de toneladas, representando acréscimo de 3,6% sobre o ciclo anterior. A área cultivada deve alcançar 49 milhões de hectares, também 3,6% superior à temporada passada, enquanto a produtividade média foi projetada em 3.260 kg/ha, praticamente estável em relação à safra 2024/25.
As exportações brasileiras estão projetadas em 122,1 milhões de toneladas, aumento de 5,1% frente ao ciclo anterior. O consumo doméstico deve atingir 63,3 milhões de toneladas, avanço de 1,7% na comparação anual. Com isso, os estoques finais são estimados em 13,3 milhões de toneladas, alta de 25,1% em relação ao encerramento da última safra, refletindo um cenário de ampla oferta e equilíbrio entre demanda interna e externa.
