MINUTO DA SOJA: o mundo precisa de soja e derivados mas a logística não está ajudando

No momento, a questão vai além da oferta e demanda, estamos falando de problemas logísticos no radar.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 01/11/2022 por:

Engenheira Agrônoma | Analista de mercado

Os futuros da soja abrem o mês de novembro decolando na carona dos seus derivados. Em Chicago, o contrato de soja janeiro/23 (ZSF3) teve valorização de mais de +1,5%, cotado a US$ 14,43 por bushel.

No momento, a questão vai além da oferta e demanda, estamos falando de problemas logísticos no radar. Como sabemos, os Estados Unidos estão com atrasos no escoamento dos grãos devido ao baixo nível do Rio Mississippi causado pela forte seca na região e, no Mar Negro, mais de 100 navios estão parados após o “término” do acordo do Corredor de Grãos. A novidade agora é o Brasil.

No último domingo (31), ocorreu o 2° turno do pleno eleitoral brasileiro, tendo como resultado a eleição de um candidato centro esquerda. O resultado está repercutindo por todo o país, com greves e revoltas que fecharam BRs e saídas dos portos. O porto de Paranaguá é um dos atingidos e está com seu fluxo de grãos e farelo de soja interrompido pelo bloqueio de caminhoneiros. Em seu lineup constam 450 mil de soja e 370 mil de farelo.

Os atrasos logísticos afetam em especial a China. O país está com seus estoques de soja e farelo muito baixos, apresentando a necessidade de importar para cobrir a demanda até janeiro. Além do aumento no consumo de carne das últimas semanas, nesta semana formou-se um comitê chinês para discutir a política da Covid-zero. A questão é que, os números do crescimento econômico não andam muito bons e não tem muito como piorar, assim, o mercado está apostando em um relaxamento da política da Covid.

Com o relaxamento, veremos um aumento no consumo de bens e alimentos. Essa perspectiva alavancou as ações na China neste dia 1°.

No Brasil, com os acontecimentos mais recentes o cenário é positivo. É estimado uma produção de soja superior a 150 milhões de toneladas, o que completa o fator de uma demanda aquecida e favorece as exportações da oleaginosa. Na atualização mais recente do Ministério da Economia, as exportações de soja no mês de outubro somaram 4,063 milhões de toneladas. Entre julho e outubro, a União Europeia importou 1,67 milhão de toneladas do grão brasileiro. Até o dia 31, o plantio da soja brasileira alcançava 46% da área total, com a trégua das chuvas favorecendo a região Sul.

Nos Estados Unidos, a última semana de outubro teve um volume de 2,574 milhões de toneladas de soja inspecionadas para exportação, e uma venda de 1,026 milhão de soja.

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