Soja – Mercado Internacional
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta quarta-feira (08) em alta. O vencimento de novembro registrou elevação de 0,72%, encerrando a US$ 10,29 por bushel, enquanto o contrato de janeiro avançou 0,5%, sendo negociado a US$ 10,44 por bushel.

O desempenho positivo foi impulsionado pela expectativa de corte na estimativa da safra norte-americana e pela possível liberação de um novo pacote de estímulos ao setor agrícola dos Estados Unidos. As cotações também foram favorecidas por movimentos técnicos de compra e recomposição de posições vendidas, em meio a um ambiente de incertezas políticas e econômicas no país.
O anúncio do pacote de auxílio, estimado entre US$ 10 bilhões e US$ 15 bilhões, era aguardado para o início da semana, mas deve ser postergado devido à paralisação parcial do governo norte-americano (shutdown). Essa indefinição acrescenta volatilidade ao mercado, servindo de suporte às cotações no curto prazo.
Apesar da leve recuperação, os prêmios de exportação permanecem negativos, e os produtores norte-americanos continuam enfrentando margens reduzidas, pressionados pela guerra comercial com a China e pela forte competitividade da soja brasileira no mercado global.
Adicionalmente, a paralisação do governo norte-americano continua a comprometer a divulgação de dados essenciais, como relatórios de colheita, vendas externas e estoques. A ausência dessas informações aumenta o grau de incerteza entre os agentes de mercado, limitando o potencial de avanço das cotações.
Soja – Mercado Interno
No mercado doméstico, o Indicador Esalq/B3 (Cepea) apresentou variação positiva ao longo da sessão. Em Paranaguá (PR), a saca foi negociada a R$ 136,94, avanço diário de 0,3%, enquanto no Paraná, o indicador subiu 0,5%, encerrando a R$ 131,90 por saca.
No mercado físico, a maior parte das praças acompanhou o movimento de valorização. No Rio Grande do Sul, a saca foi cotada em média a R$ 122,77, enquanto em Santa Catarina, as cotações giraram em torno de R$ 123,40. Em Minas Gerais, o preço médio foi de R$ 125,50, e no Mato Grosso do Sul, a oleaginosa foi comercializada por cerca de R$ 124,50 por saca.

A semana segue com tom ligeiramente positivo para os preços domésticos, impulsionados pela recuperação nos portos e prêmios ainda atrativos. No entanto, o ritmo de comercialização permanece aquém do esperado, com apenas 23% da safra 2025/26 já comprometida, abaixo da média histórica de cerca de 30% para o mesmo período.

De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), as exportações brasileiras de soja devem atingir 7,12 milhões de toneladas em outubro, volume 2,7 milhões de toneladas superior ao observado no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a outubro, a entidade projeta 102,2 milhões de toneladas exportadas, superando o total anual registrado em 2024 e 2023, quando o Brasil alcançou seu recorde histórico. A China continua sendo o principal destino, ampliando as compras diante da reduzida competitividade do produto norte-americano devido à guerra tarifária.
No entanto, as margens dos produtores brasileiros seguem bastante pressionadas, diante das incertezas cambiais, custos logísticos elevados (principalmente fretes) e condições climáticas irregulares. Muitos produtores optam por postergar as vendas à espera de melhores oportunidades. Ainda assim, movimentos expressivos de alta parecem improváveis, considerando o quadro global de ampla oferta e a pressão de um mercado internacional ainda ajustado.