Início de semana após as eleições no Brasil e, os impactos foram sentidos por todos os lados. Na segunda-feira (03), acompanhamos o dólar derreter e ser negociado a R$ 5,1737, uma queda de -4,09%! Apesar da atual fase de desvalorização dessa moeda no exterior, a eleição de um Congresso brasileiro mais centro direita, diminuiu os temores do mercado sobre o novo governo, reduzindo assim a pressão sobre o real comercial e fazendo essa moeda se posicionar com um dos melhores desempenhos do mercado.
Para as commodities, o maior impacto foi sentido no mercado físico do Brasil. Os preços da soja apresentaram uma queda significativa, travando a comercialização desse grão. Em Primavera de Leste/MT, com preços mais baixos, a saca estava sendo comprada por R$ 157. Nas regiões do MS, como Dourados e Campo Grande, a compra girava em torno de R$ 172 e em SP as negociações variavam entre R$ 174 e R$175 a saca. Os portos também sentiram a pressão do dólar, caindo até R$ 10 a saca, afastando os produtores do lado vendedor.
Ainda no país, o plantio da nova safra 2022/23 avança, atingindo até o dia 29/09 uma média de 3,8%, um progresso 3 p.p abaixo da mesma época do ano anterior, atraso causado pelas chuvas nas principais regiões produtoras. Porém, o cenário é positivo, visto que as chuvas foram muito bem-vindas para as lavouras. O IMEA estimou uma produção recorde de soja para o estado do Mato Grosso, um volume de 41,78 milhões de toneladas, aumentando a produtividade em +0,64%. Em todo o país, a produção esperada é de 151,5 milhões de toneladas.
Nas bolsas, os futuros da soja valorizaram. Em Chicago, o contrato novembro (ZSX22) avançou +0,61%, fechando a sessão de segunda (03) cotado a US$ 13,74 bushel. O movimento busca recuperar os pontos perdidos na última sexta-feira (30), quando o USDA anunciou que os estoques estavam bem acima do esperado, ocasionando uma queda de -3,26% para o contrato novembro. Como suporte, a colheita do grão norte-americano, até o dia 02, atingiu 22%, 3 p.p abaixo da média de 5 anos e 9 p.p abaixo do ano anterior. As condições de lavoura entre boas/excelentes somavam 58%. Para a semana do dia 29/09, as inspeções dos grãos para exportação somaram 575.220 toneladas e as vendas entre os dias 16 e 22 foram de 1.003.000 toneladas.
Com fundamentos divididos, os preços ainda não definiram um rumo. No momento, são esperadas pequenas movimentações, visto que um dos principais players do mercado, a China, está no seu feriado mais longo, o Golden Week, que irá até o dia 10 desse mês.