As primeiras duas sessões do ano foram negativas para os futuros da oleaginosa. Na Bolsa de Chicago, o contrato março (ZSH3) acumulou desvalorização de -2,67%, encerrando a quarta-feira (04) cotado a US$ 14,83 por bushel, sentindo a pressão de um dólar mais caro.
Ruim para a Bolsa de Chicago, mas bom para o Brasil. Com a alta do dólar a soja brasileira fica mais competitiva no mercado internacional, entretanto, mesmo com esse cenário a Anec estima redução nas exportações de soja em janeiro, baseado na programação de navios nos portos. No ano de 2022, o volume de soja exportado alcançou apenas 77,8 milhões de toneladas, abaixo do recorde de 86,6 milhões de 2021.
Uma grande preocupação vem do clima na região Sul do país, que passou por calor intenso na última quinzena do ano e ainda tem previsão de temperaturas elevadas para os próximos 10 dias. Segundo a Deral, no Paraná as lavouras caíram de 90% para 80% em boas condições, contando agora com 16% em condições regulares e 4% ruins.
No mercado externo, o Ministério da Agricultura da Argentina informou que 80,1% da soja safra 2021/22 já foi comercializada, um total de 44 milhões de toneladas. Para a semana dos dias 22 a 28 de dezembro de 2022, foram vendidas 551 mil toneladas da oleaginosa. Nos Estados Unidos, o USDA reportou a venda de 124 mil toneladas de soja safra 2022/23 para destinos desconhecidos.
E falando um pouco sobre a Europa, as importações da oleaginosa tiveram uma redução de 15% pela União Europeia, que desde julho até 1° de janeiro importaram apenas 5,52 milhões de toneladas, abaixo dos 6,55 milhões importados em 2021/22.
Ademais, o foco do mercado está no clima na América do Sul, em especial Sul do Brasil e na Argentina, onde as previsões meteorológicas apontam temperatura muito elevadas.