Farelo de Trigo: Mercado segue estável, com ajustes regionais ganhando força

Exportações de carne favorecem expectativa positiva e aumento da demanda é observada. Contudo, cotações ainda não reagem, exceto em SP e no RS, regiões que estavam com cotações mais defasadas.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 05/11/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Farelo de Trigo

O mercado de farelo de trigo apresentou, ao longo da semana, um comportamento majoritariamente estável. As variações observadas concentraram-se no produto comercializado a granel em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que continuam seguindo a trajetória de valorização registrada nas últimas semanas. No comparativo mensal, os preços médios na capital paulista acumulam avanço de 8,1% no farelo a granel, enquanto Porto Alegre e Caxias do Sul registram elevações de 8,2%. Já o produto ensacado também mostra incremento nas três praças, com altas de 1,2% e 2,4%, respectivamente.

Essas regiões, vale destacar, vinham operando com patamares de preços mais defasados em relação a outras partes do país, o que contribui para o atual movimento de ajuste. Ainda assim, o recuo anual nas três cidades das duas unidades federativas permanece próximo de 10%.

No setor de proteínas animais, há expectativa positiva quanto à retirada, em até 60 dias, das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos à carne bovina brasileira, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Caso a medida seja concretizada, o país poderá retomar volumes mais expressivos de embarques, ampliando oportunidades para as indústrias frigoríficas e fortalecendo toda a cadeia pecuária, além de recuperar parte do protagonismo da proteína bovina brasileira no mercado norte-americano.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, até a quarta semana de outubro (18 dias úteis), o Brasil exportou cerca de 276 mil toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, volume 2,3% superior ao registrado em outubro de 2024, quando foram embarcadas 271 mil toneladas em 22 dias úteis.

Nesse cenário, a demanda por farelo tende a se intensificar, como ocorre sazonalmente nesta época do ano, impulsionada pelas compras do setor pecuário e das indústrias de nutrição animal. Entretanto, até o momento, esse incremento da procura ainda não se traduz, de maneira generalizada, em movimentos de alta nos preços, à exceção das praças já mencionadas.

Do ponto de vista da oferta, o ritmo de moagem nas indústrias permanece estável em relação às semanas anteriores, ainda operando em níveis reduzidos. As margens industriais continuam pressionadas, e há relatos de rentabilidade negativa em algumas unidades processadoras, evidenciando um ambiente operacional desafiador para o segmento.

Com relação a matéria-prima, os preços do trigo seguem pressionados. Entre os principais vetores desse movimento estão o avanço da colheita nacional, as perspectivas favoráveis de produtividade, a safra robusta na Argentina, a desvalorização do câmbio e o enfraquecimento das cotações internacionais.

No campo, as lavouras do Rio Grande do Sul apresentavam boas condições até cerca de duas semanas atrás. Entretanto, o excesso de chuvas deteriorou a qualidade dos grãos, restringindo seu uso para a farinha e ampliando a destinação ao segmento de ração. Há relatos de moinhos no Paraná que rejeitaram compras do trigo gaúcho devido à sua qualidade. A umidade elevada compromete a manutenção da integridade do produto, aumentando o risco de perdas qualitativas. Se essa tendência persistir, a necessidade de importação tende a se intensificar.

A companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que, até o dia 2 de novembro, 50,9% da área nacional havia sido colhida. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), até 3 de novembro, 88% da área cultivada havia sido colhida, com 83% das lavouras classificadas em boas condições e 17% em condição mediana.

FARELO DE TRIGO POR REGIÃO (preços a retirar – FOB)

No OESTE DO PARANÁ preços de negócios entre R$ 760/t a R$ 860/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 870/t FOB.

No NORTE DO PARANÁ os preços praticados no granel foram entre R$ 780/t a R$ 860/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 870/t FOB.

Na região de CURITIBA – PR e Campos Gerais, a cotação ficou em R$ 800/t a R$ 900/t FOB no granel, e no ensacado preço médio de R$ 920/t FOB.

Nos moinhos da grande SÃO PAULO – SP os preços praticados no granel ficaram em torno de R$ 750/t FOB a R$ 850/t FOB diferido, e o ensacado ficou em R$ 870/t FOB.

Nos moinhos do RIO GRANDE DO SUL, os preços em Porto Alegre a granel foram negociados entre R$ 740/t a R$ 840/t FOB. No ensacado, volumes de negócio a R$ 860/t FOB.

Em Caxias do Sul volumes a granel negociados entre R$ 740/t a R$ 840/t FOB. No ensacado, os preços praticados foram em média de R$ 860/t FOB.

Em SANTA CATARINA os preços praticados foram em média R$ 800/t a R$ 880/t FOB, no farelo a granel. Já no ensacado, os preços ficaram em torno dos R$ 910/t.

TABELA ATUALIZADA 05/11

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