Soja – Mercado Externo
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a semana com desempenho predominantemente estável, encerrando a segunda-feira (13) em leve alta. O vencimento de novembro avançou 0,1%, cotado a US$ 10,07 por bushel, enquanto o contrato de janeiro registrou elevação de 0,2%, encerrando a US$ 10,25 por bushel.

Após um período de tensão nas relações comerciais entre Estados Unidos e China, declarações conciliatórias do governo norte-americano trouxeram alívio temporário ao mercado. O presidente dos EUA afirmou que não há intenção de prejudicar o gigante asiático, enquanto o secretário do Tesouro destacou que houve comunicações “substanciais” entre os dois países no fim de semana, com novas rodadas de diálogo previstas. Esse movimento reduziu momentaneamente a pressão negativa sobre as cotações da oleaginosa.
Nos Estados Unidos, a colheita da soja segue avançando, embora a falta de relatórios oficiais do Departamento de Agricultura (USDA), decorrente do shutdown do governo, tenha aumentado a incerteza e reduzido a liquidez no mercado. A ausência de dados consolidados limita a capacidade de análise dos agentes e induz os investidores a adotar uma postura mais defensiva, evitando grandes exposições.
Além disso, as informações sobre o avanço do plantio no Brasil, principal produtor e exportador global de soja, também influenciam as negociações em Chicago. O ritmo acelerado da semeadura da safra 2025/26 reforça as expectativas de ampliação da oferta mundial da commodity, contribuindo para um viés de contenção nos preços internacionais.
Soja – Mercado Interno
No mercado doméstico, as cotações encerraram a sessão em território positivo. O Indicador Esalq/B3 do Cepea apontou valorização de 0,7% em Paranaguá, com a saca de 60 kg negociada a R$ 138,11. No Paraná, o preço atingiu R$ 133,44/saca, representando alta de 0,6% no comparativo diário.
No mercado físico, observou-se variação expressiva entre as principais praças. As maiores elevações ocorreram no Paraná (+1,4%), com média de R$ 122,18/saca, e em Minas Gerais (+1,1%), a R$ 128,63/saca. Já as retrações mais acentuadas foram verificadas em São Paulo (-1,2%), com média de R$ 122,00/saca, e no Mato Grosso (-0,2%), com preço médio de R$ 119,24/saca.

Com as atenções voltadas para o andamento das atividades de campo da nova temporada, parte significativa dos produtores brasileiros se mantém afastada das negociações no mercado disponível. Essa retração na oferta, aliada à demanda constante das indústrias esmagadoras, tem sustentado os preços internos. Apesar do ritmo firme das compras, diversas unidades industriais relatam dificuldade em encontrar novos lotes para entrega imediata, cenário que mantém o equilíbrio entre oferta e demanda em níveis favoráveis à valorização.
No front externo, as incertezas em torno da rota tradicional do comércio global da oleaginosa reforçam as expectativas de expansão das exportações brasileiras no último trimestre do ano, fator adicional de suporte às cotações domésticas. Tradicionalmente, os Estados Unidos concentram as vendas externas nesse período; contudo, o cenário de instabilidade diplomática com a China tem redirecionado parte da demanda asiática ao mercado brasileiro, fortalecendo os prêmios de exportação.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de outubro (8 dias úteis), o Brasil embarcou 2,16 milhões de toneladas de soja, o que corresponde a 46% do volume total exportado em outubro de 2024, quando o país exportou 4,70 milhões de toneladas em 22 dias úteis.

No campo, segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 11,1% da área projetada para a safra 2025/26 já foi semeada. No Mato Grosso, o ritmo de plantio desacelerou devido às condições climáticas adversas. No Rio Grande do Sul, a semeadura teve início nas regiões do Alto Uruguai e Missões, ainda em compasso lento.
No Paraná, os trabalhos avançam em praticamente todo o estado, favorecidos por condições meteorológicas satisfatórias, embora algumas áreas do norte apresentem sintomas de déficit hídrico em função da irregularidade das chuvas.
Em Goiás e Minas Gerais, a semeadura ocorre majoritariamente em áreas irrigadas, enquanto no Mato Grosso do Sul o ritmo é mais acelerado na faixa sul, mantendo-se moderado no norte e leste. Em São Paulo, o plantio também se concentra em áreas irrigadas.
Em Santa Catarina, as chuvas constantes têm limitado o avanço dos trabalhos. Na Bahia, as operações se restringem ao oeste irrigado. No Tocantins, o retorno das precipitações impulsionou o progresso das atividades em grande parte do estado. No Pará, o plantio se intensifica na região da BR-163, com início também no polo de Redenção.
