Farelo de Trigo: Preços sem oscilações, enquanto a demanda fraca limita vendas no mercado interno

Estoque suficiente, concorrência do farelo de milho e custos elevados comprimem margens do setor, em meio ao avanço da colheita nacional.

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 17/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

A semana foi marcada por estabilidade no mercado de farelo de trigo nas principais regiões do país, com os preços inalterados em relação à semana anterior. Nesse cenário, os moinhos adotam uma postura cautelosa, aguardando maior disponibilidade do trigo da nova safra. A expectativa é de que esse aumento da oferta pressione as cotações para baixo, abrindo espaço para condições de compra mais atrativas.

De um lado, os produtores resistem em aceitar os valores atuais, embora necessitem liberar espaço nos armazéns para a chegada da nova colheita. Do outro, as indústrias retardam suas aquisições, configurando uma disputa silenciosa em busca de melhores condições de negociação.

A moagem segue em ritmo regular, operando entre 60% e 70% da capacidade instalada, um desempenho considerado positivo em comparação aos últimos meses. Esse nível de atividade garante estoques adequados do derivado, assegurando a oferta no mercado interno.

Apesar disso, o ritmo das vendas continua enfraquecido, limitado a negociações pontuais. A demanda se mantém direcionada principalmente para produtos substitutos, como o farelo de milho, que apresenta preços mais competitivos neste momento. Além disso, a recente queda das cotações, somada aos custos de produção elevados, tem mantido as margens do setor bastante comprimidas.

No mercado de matéria-prima, os preços seguem pressionados pelo avanço da colheita. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio da safra 2025/26 já foi concluído em todo o território nacional, com 13,8% da área colhida até 14 de setembro. A projeção da estatal indica uma produção de 7,53 milhões de toneladas de trigo.

Mesmo com o avanço da safra doméstica, o Brasil permanece fortemente dependente das importações. A Argentina se mantém como principal fornecedora, com preços em torno de R$ 1.456,53 por tonelada (CIF Porto Brasil). Esse patamar competitivo é sustentado pela ampla disponibilidade de estoques e pelo câmbio favorável, fatores que impactam diretamente a formação dos preços no mercado interno.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de setembro (10 dias úteis), o Brasil importou 196,9 mil toneladas de trigo e centeio não moídos. O volume equivale a 33,3% do total adquirido no mesmo mês do ano passado, quando as importações somaram 591,3 mil toneladas em 21 dias úteis.

FARELO DE TRIGO POR REGIÃO (preços a retirar – FOB)

No OESTE DO PARANÁ preços de negócios entre R$ 800/t a R$ 880/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 910/t FOB.

No NORTE DO PARANÁ os preços praticados no granel foram entre R$ 800/t a R$ 900/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 910/t FOB.

Na região de CURITIBA – PR e Campos Gerais, a cotação ficou em R$ 820/t a R$ 920/t FOB no granel, e no ensacado preço médio de R$ 960/t FOB.

Nos moinhos da grande SÃO PAULO – SP os preços praticados no granel ficaram em torno de R$ 700/t FOB a R$ 780/t FOB diferido, e o ensacado ficou em R$ 860/t FOB.

Nos moinhos do RIO GRANDE DO SUL, os preços em Porto Alegre a granel foram negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, volumes de negócio a R$ 840/t FOB.

Em Caxias do Sul volumes a granel negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, os preços praticados foram em média de R$ 840/t FOB.

Em SANTA CATARINA os preços praticados foram em média R$ 845/t a R$ 950/t FOB, no farelo a granel. Já no ensacado, os preços ficaram em torno dos R$ 950/t.

TABELA ATUALIZADA 17/09

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