Farinha de Trigo: Mercado enfrenta estabilidade nas cotações, mas desafios na rentabilidade

Moinhos reduzem moagem do derivado, produtores buscam liberar estoques e importações do cereal seguem fundamentais para suprimento

Tempo de leitura: 2 minutos

| Publicado em 17/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

Os preços da farinha de trigo, após semanas de retração, apresentam relativa estabilidade desde o início da semana passada, sem alterações expressivas. No momento, os moinhos adotam postura cautelosa, aguardando maior oferta da nova safra, o que pode pressionar as cotações para baixo e abrir espaço para negociações mais competitivas.

De um lado, produtores resistem em aceitar os valores vigentes, embora necessitem liberar espaço nos armazéns para a entrada da nova colheita. De outro, as indústrias retardam suas compras, sinalizando uma disputa velada em busca de condições mais favoráveis de comercialização.

Em algumas regiões do país, observa-se redução no ritmo de moagem, reflexo do elevado custo operacional e das margens estreitas, em muitos casos próximas de zero. A pressão por preços mais acessíveis compromete a rentabilidade do setor. Do lado da demanda, o consumo de farinha segue enfraquecido, com destaque para o segmento de biscoitos, que mostra desempenho relativamente melhor em comparação ao de massas.

No mercado de matéria-prima, as cotações continuam pressionadas pelo avanço da colheita. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio da safra 2025/26 já foi concluído em todo o país, com 13,8% da área colhida até 14 de setembro. A estimativa da Conab aponta para uma produção de 7,53 milhões de toneladas de trigo.

Apesar do avanço da safra nacional, o Brasil mantém elevada dependência das importações. A Argentina segue como principal fornecedora do cereal, com preços em torno de R$ 1.456,53 por tonelada (CIF Porto Brasil). O patamar competitivo se sustenta em função de estoques abundantes e da taxa de câmbio favorável, fatores que influenciam diretamente a formação dos preços domésticos.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de setembro (10 dias úteis), o Brasil importou 196,9 mil toneladas de trigo e centeio não moídos. O volume corresponde a 33,3% do total adquirido no mesmo mês do ano anterior, quando o país importou 591,3 mil toneladas ao longo de 21 dias úteis.

Farinha de Trigo; Mercado; Preços; Moagem; Agronegócio;

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