Farelo de trigo: mercado em estabilidade após quedas, mas pressão baixista segue no horizonte

Estoques estáveis, importações da Argentina e concorrência com o milho reforçam tendências de desvalorização no mercado interno

Tempo de leitura: 3 minutos

| Publicado em 10/09/2025 por:

Economista | Analista de Mercado

As cotações do farelo de trigo permaneceram estáveis nas principais regiões do país, após registrarem quedas expressivas nas últimas semanas. No acumulado mensal, a variação negativa já supera 4% em grande parte das praças acompanhadas.

Os moinhos seguem bem abastecidos, o que fortalece o poder de negociação dos compradores. O ritmo de moagem mantém-se regular, garantindo estoques suficientes no mercado. As margens de rentabilidade, por sua vez, continuam comprimidas e sem alterações significativas nos últimos dias.

Nesse ambiente, as indústrias têm buscado firmar contratos a preços mais baixos, enquanto produtores que precisam liberar espaço nos armazéns, diante da proximidade da nova safra, acabam aceitando condições menos vantajosas.

A demanda pelo farelo permanece enfraquecida, em grande parte devido à maior competitividade do milho, que atua como substituto direto do trigo na formulação do insumo.

Paralelamente, o preço do grão segue pressionado, refletindo tanto as condições climáticas favoráveis no Sul do país quanto o avanço da colheita.

No front externo, os valores mais atrativos do trigo argentino intensificam as importações e ampliam a oferta doméstica.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que, apenas na primeira semana de setembro (cinco dias úteis), o Brasil importou 112,4 mil toneladas de trigo e centeio não moídos, o equivalente a 19% do total adquirido em todo o mês de setembro de 2024, quando foram registradas 591,3 mil toneladas em 21 dias úteis.

A combinação desses fatores mantém a pressão sobre as cotações do farelo de trigo, que seguem acompanhando a tendência de baixa. Para os próximos meses, a expectativa é de incremento no processamento, o que deve elevar a disponibilidade interna do derivado e reforçar o movimento de desvalorização.

FARELO DE TRIGO POR REGIÃO (preços a retirar – FOB)

No OESTE DO PARANÁ preços de negócios entre R$ 800/t a R$ 880/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 910/t FOB.

No NORTE DO PARANÁ os preços praticados no granel foram entre R$ 800/t a R$ 900/t FOB no granel e no ensacado preço médio de R$ 910/t FOB.

Na região de CURITIBA – PR e Campos Gerais, a cotação ficou em R$ 820/t a R$ 920/t FOB no granel, e no ensacado preço médio de R$ 960/t FOB.

Nos moinhos da grande SÃO PAULO – SP os preços praticados no granel ficaram em torno de R$ 700/t FOB a R$ 780/t FOB diferido, e o ensacado ficou em R$ 860/t FOB.

Nos moinhos do RIO GRANDE DO SUL, os preços em Porto Alegre a granel foram negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, volumes de negócio a R$ 840/t FOB.

Em Caxias do Sul volumes a granel negociados entre R$ 720/t a R$ 820/t FOB. No ensacado, os preços praticados foram em média de R$ 840/t FOB.

Em SANTA CATARINA os preços praticados foram em média R$ 845/t a R$ 950/t FOB, no farelo a granel. Já no ensacado, os preços ficaram em torno dos R$ 950/t.

TABELA ATUALIZADA 10/09

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