O conflito entre Israel e Hamas pode comprometer o fornecimento de fertilizantes pro Brasil, já que importamos cloreto de potássio e fosfato diamônico e Israel é um dos fornecedores. Em 2022, foram adquiridos US$ 1,45 bilhão em fertilizantes de Israel, correspondendo a 9% do KCl e 11% do DAP.
A Câmara Temática de Insumos Agropecuários do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) se reuniu com empresas e entidades do setor de fertilizantes para discutir os efeitos da Guerra de Israel e Hamas, no Brasil, focado nos entraves do fornecimento de insumos.
A maior preocupação é a quantidade de fertilizantes disponíveis para as culturas de verão, como o milho de segunda safra e para as culturas que serão cultivadas na próxima temporada (2024/25). Os preços dos fertilizantes podem aumentar, mas a Câmara já está trabalhando para amenizar os efeitos, desenvolvendo outros fornecedores de insumos para o Brasil e levará os assuntos discutidos na reunião para o Ministro, Carlos Fávaro.
Ao mesmo tempo em que novos desafios são impostos pela conexão do Brasil ao mercado externo e a dependência por fertilizantes importados é uma realidade, o Mapa busca através do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) desenvolver a produção dos insumos em território nacional.
A meta é reduzir de 80% para 50% a dependência externa dos fertilizantes. O PNF e Embrapa estão na Caravana FertBrasil em todo o país, para compartilhar tecnologias de nutrição de plantas adequadas ao ambiente de produção tropical. A última edição ocorreu na USP, em São Paulo, com inscrições gratuitas à comunidade.
A ideia é difundir o uso racional e eficiente dos fertilizantes, abordando temas técnicos aos produtores, planejamento de manejo das terras, práticas para uso dos nutrientes, novos insumos, tecnologias sustentáveis e soluções digitais.
Foram percorridos 18 estados brasileiros pela Caravana, com palestras em 46 municípios das principais regiões produtoras.